[title]
Um projecto do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental procura melhorar a qualidade da água, reabilitar os ecossistemas e promover a biodiversidade local. Como? Através de um sistema constituído por cortiça e plantas, que pretende remover poluentes da água salgada, sobretudo nas áreas portuárias.
O protótipo encontra-se em testes há cerca de quatro meses na marina do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos. Os investigadores desenvolveram um sistema de tratamento biológico – ao qual chamaram ilha flutuante –, composto por três plataformas flutuantes de cortiça interligadas entre si.
Nos orifícios existentes deste sistema foram colocadas quatro espécies de plantas (Sarcocornia spp., Juncus spp., Phragmites spp. e Halimione spp.), seleccionadas por se desenvolverem em zonas húmidas, frequentemente inundadas por água salgada ou salobra de origem marinha, segundo Cristina Calheiros, uma das responsáveis pelo projecto, em declarações à LUSA.
Estas ilhas flutuantes são, normalmente, aplicadas em lagoas que recebem águas residuais domésticas ou industriais, fazendo parte da estratégia de reabilitação de rios e de outras massas de água contaminadas. A novidade é que esta é a primeira vez que este sistema é implantado numa marina, que geralmente se caracteriza por uma elevada salinidade e pela presença de diversos contaminantes derivados do tráfego marítimo, das tempestades e das oscilações.
Cristina Calheiros afirmou que os resultados obtidos até ao momento são “promissores” e mostram “uma boa adaptação das plantas”, que não só sobrevivem, como se desenvolvem. Está previsto, por isso, que “com o tempo, toda a plataforma de cortiça fique coberta de vegetação, promovendo a biodiversidade e potenciando vários benefícios que esse ecossistema providencia”, bem como o alargamento do projecto a outras marinas.
+ Investigadores do Porto ajudam NASA na procura de planetas
+ Sete ideias geniais dos cientistas e investigadores do Porto