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Não foi fácil, mas tinha de ser. O júri já escolheu quem ganha os Prémios Comer&Beber Porto – uma colaboração entre a Time Out, a Pernod Ricard e a The Sustainable Restaurant Association (SRA), com um grande foco, claro está, na sustentabilidade, e no que de melhor se comeu e bebeu no último ano.
Comecemos pelo The Bar World of Tomorrow, uma distinção da Pernod Ricard para garantir um amanhã responsável e sustentável. Estavam nomeados o Flôr Bar Porto, o Royal Cocktail Club e o Torto. Ganhou o Flôr Bar, com cocktails de assinatura, atentos à sazonalidade e que valorizam, acima de tudo, o produto. Veja-se o exemplo do cocktail que junta bacalhau (isso mesmo) com gin, coentros, amaranto, maçã granny smith e pimenta d'Espelette.
"Na SRA, ficamos sempre impressionados com bares que conseguem incorporar a sustentabilidade na sua cultura. O Flôr – auto-intitulado campeão da 'hospitalidade com propósito' – conseguiu e isso tornou-se natural para eles, considerar o impacto social e ambiental ao tomar decisões. Portanto, são os vencedores naturais deste prémio no Porto", justifica a SRA, responsável por validar este galardão atribuído pela Pernod Ricard, depois de um processo de verificação junto dos estabelecimentos nomeados. "Demonstraram um nível impressionante de preocupação com o bem-estar da sua equipa. Cada membro tem direito a 50 horas de formação por ano em temas como história, línguas, hospitalidade responsável, mixologia ou outras áreas que considerem importantes para o seu crescimento pessoal ou profissional. Os horários de trabalho são flexíveis, mas nenhum funcionário ultrapassa o limite máximo de horas de trabalho. O seguro de saúde, embora não seja um requisito legal em Portugal, é concedido a todos os funcionários, e o manual deles também detalha políticas como igualdade salarial, anti-discriminação e denúncia de irregularidades. Os esforços para minimizar o impacto no meio ambiente também são significativos, com foco em ingredientes locais e sazonais, e eles têm um bom nível de supervisão da cadeia de abastecimento (incluindo acesso à proveniência, transporte e informações de embalagem para cada fornecedor e produto). As medidas de minimização de resíduos incluem pré-preparação e arrefecimento de cocktails sem gelo, e a segregação de resíduos também é gerida a um nível elevado."
O júri não precisou de ir muito longe para atribuir o prémio de Melhor Restaurante: ganhou a Cozinha das Flores, do chef Nuno Mendes. Com uma equipa jovem e alinhada, o restaurante surpreende com as suas combinações ousadas – é já famoso o pastel de nata de nabos com caviar. Nomeados estavam ainda o Fava Tonka, de Nuno Castro, e o Seiva, de David Jesus. Este último era um dos nomeados para Chef do Ano, disputando o título com Nuno Brás e Aurora Goy. Foi a chef do Apego, que rima com aconchego e significa afecto, que venceu. Filha de mãe portuguesa e pai francês, cria pratos bonitos, com produtos frescos e sazonais
Numa cidade em que as tendências mudam a um ritmo frenético, manter-se fiel (evitando as tentações de incorporar modas) é um grande desafio. Assim, a categoria Clássico reivindica estabelecimentos que durante décadas (ou quase um século, em alguns casos) mantiveram a tradição e uma forma de fazer que marcou gerações. Sabemos que o importante não é fazer sempre a mesma coisa, mas fazê-la sem nunca perder qualidade, com uma excelência que transforma estes espaços em clássicos. Os nomeados eram: Rogério do Redondo, Pérola Negra e Maus Hábitos. Ganhou o Rogério do Redondo, poiso seguro para comida tradicional há décadas. São afamados os filetes de pescada com arroz de feijão e grelos, o galo de cabidela, o cozido à portuguesa, o bacalhau à Facho – "ligeiramente frito, terminado no forno com batata e servido com arroz de bacalhau" – e as tripas à moda do Porto.
Os vencedores foram escolhidos por um júri composto por especialistas na área, como a directora editorial da Time Out, Vera Moura; a editora da secção Comer e Beber, Cláudia Lima Carvalho; os jornalistas gastronómicos Ricardo Dias Felner e Rafael Tonon; o gastrónomo Duarte Lebre de Freitas; a vereadora da Câmara Municipal do Porto com o pelouro do Turismo e da Internacionalização Catarina Santos Cunha; e a Vice-Presidente do Time Out Market Ana Alcobia.
O público decidiu, está decidido
Para as categorias de Novo Bar, Novo Restaurante e Novo Brunch pedimos a ajuda dos leitores. As votações ditaram que o melhor Novo Bar do Porto é o Wine & Books. Instalado no novo cinco estrelas do Porto, com o mesmo nome, tem aos comandos o premiado bartender Pedro Duarte, com um talento especial para a coquetelaria. Com ele competiram o Gito e o Wagon.
Para Novo Restaurante estavam nomeados o Fauno, o Gastro by Elemento e o Kaigo by Euskalduna. Ganhou o Fauno, que veio dar uma nova vida à Rua Estreita de Lóios, ali perto da Torre dos Clérigos e da Livraria Lello, pelas mãos dos irmãos Pedro e Tiago Amorim. Há sempre um menu de degustação (com versão vegan) de cinco momentos, idealizado por Tiago, com passagens pelos estrelados Frantzén, na Suécia, e Pedro Lemos.
Finalmente, na categoria de melhor Novo Brunch, os leitores escolheram o Alto, que competia com o Amélia Foz e o Wilson Café Matosinhos. O espaço de Bekhruz, que nasceu no Uzbequistão, e Arman, da Arménia, na rua de Cedofeita, tem uma carta viajada, que espelha influências de todo o mundo. Por lá encontra shakshukas, omeletes de camarão e tomate assado; tostas de abacate com ovo escalfado, servidas em pão da Ogi by Euskalduna; entre outras coisas.