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Cozinha das Flores: um poiso seguro agora também ao almoço (e até ao pequeno-almoço)

Desde o Verão que o restaurante de Nuno Mendes tem uma segunda carta. Mantêm-se os pratos que mais têm dado que falar, mas há novidades.

Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
Cozinha das Flores
Luís Moreira
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É em Londres que passa grande parte do tempo, mas nem por isso Nuno Mendes deixa de vir a Portugal, especialmente depois de no início do ano ter aberto a Cozinha das Flores, no Largo de São Domingos. Começou por servir apenas jantares, mas o restaurante está agora aberto todos os dias também ao almoço. Já no bar, Flôr de seu nome, brilham os cocktails de assinatura, mas também a pastelaria de Gil Fortuna e o café de especialidade. 

Cozinha das Flores
J G MARQUES

Foi no Verão que a Cozinha das Flores passou a abrir ao almoço, com uma carta muito semelhante àquela que é servida ao jantar. Mantêm-se os bestsellers da casa, como o surpreendente pastel de nata de nabos com caviar (9€) ou as bolas de Berlim com santola grelhada (8€) nos snacks, e a lula gigante dos Açores fumada com estufado de grão de bico e sames (16€) nas entradas, mas é aqui que se destacam algumas mudanças. Se ao jantar há um carabineiro gentilmente grelhado com açorda e molho das cabeças (22€) nas entradas, ao almoço é possível fazer uma refeição com um arroz do Sado servido caldoso com carabineiro gigante (34€/uma pessoa ou 62€/duas pessoas). Já ao jantar, nos pratos para partilhar, o mesmo arroz caldoso é feito com lavagante azul de Matosinhos (85€). Nas sobremesas, também ao almoço é agora possível provar, por exemplo, aquela que mais curiosidade pode gerar pela sua simples descrição: leite (8€), uma viagem em diferentes texturas à infância do chef, quando trabalhava numa exploração de vacas leiteiras com o pai.

Cozinha das Flores
J G MARQUES

Ainda assim, numa cozinha atenta à época e sempre criativa, o mais provável é que os pratos vão rodando – o que há esta semana pode já não haver na próxima –, sentindo-se sempre a assinatura de Nuno Mendes. O chef abandonou há muito a alta-cozinha, que já o levou a conquistar a estrela Michelin em dois projectos em Londres (Viajante e Mãos), cidade onde vive e onde tem dado que falar com o seu Lisboeta, aberto em 2022. No entanto, o rigor, o rasgo e a preocupação por contar a história em que o restaurante se insere são em tudo idênticos.

“Este novo capítulo do projecto, marca não só um novo padrão do dia do nosso recanto no Largo de São Domingos, como também uma mudança de estações. De uma forma simples, quero ser capaz de criar um lugar onde os vários públicos que coexistem nesta zona possam partilhar experiências no mesmo espaço. Quer seja um almoço de negócios, quer seja um almoço longo e descontraído de uma família a visitar a cidade, ou mesmo um almoço a solo de alguém que queira viajar pelos nossos pratos, quero criar um ponto de encontro para as muitas personagens que enriquecem esta zona”, escreve em comunicado Nuno Mendes. 

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Já no Flôr, o dia começa mais cedo, logo às 09.00, com café de especialidade e a pastelaria de Gil Fortuna, vindo da padaria de Vasco Coelho Santos (Ogi by Euskalduna), e só acaba quando já não houver o que servir. Há um croissant simples (3€), que de simples não terá nada, e outro recheado com coco, limão e chila (4,50€), um folhado de chocolate, com amêndoas do Douro e rosas (6€), ou ainda um pastel de Chaves, com creme de ovo e presunto Laborela (5€) e uma torrada de brioche de azeite, manteiga batida e compota da época (6€).

Cozinha das Flores
J G Marques

O bar abre logo a seguir, às 12.00, e mantém-se até à uma da manhã, sendo uma opção para um copo, quer se faça a refeição no restaurante ou não. Os cocktails de assinatura, atentos também à sazonalidade, são a melhor forma de conhecer o trabalho que aqui é feito. 

Largo de São Domingos, 62. 229 760 001. Seg-Dom 12.00-15.30, 18.30-00.00. Pequeno-almoço 09.00-até esgotar. Cocktails 12.00-01.00

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