[title]
Rishi Jacob vende saúde. Em forma de medicamentos, já que há sete anos trocou a Índia para vir trabalhar para Portugal na gigante farmacêutica Bial; mas também em forma da boa comida que serve no seu mais recente restaurante. “Sempre gostei muito de cozinhar e fazia-o muitas vezes para os meus amigos que apreciavam a forma como eu preparava as refeições, quase sempre confeccionadas com ingredientes saudáveis”, conta Rishi. Determinado em levar o seu sonho por diante, em 2019 abriu em Matosinhos o seu primeiro espaço e agora, quatro anos mais tarde, inaugurou o segundo, no coração do Porto, na rua do Rosário.
“Swaad significa sabor e é isso que queremos apresentar aqui também. A nossa comida é diferente. Como somos do sul da Índia, do estado de Kerala [na Costa do Malabar e o único onde se come carne de vaca], a comida que fazemos é típica dessa região”, explica o dono, acrescentando que a grande diferença é que não usam “nem natas, nem manteigas” e têm nos idli, feitos com arroz e lentilhas e cozinhados a vapor; nas dosas, uma espécie de panqueca fina e grande, feita com os mesmos ingredientes e que fermenta 24 horas; e nos appam, uns crepes de arroz e coco, os grandes ex-libris da sua culinária natal.
“No norte a comida é mais rica, mais gulosa. Aqui trabalhamos os sabores de outra forma, apostamos em produtos frescos, como a cebola, o tomate e as ervas aromáticas, e as nossas especiarias vêm quase todas da Índia. Assim como as lentilhas. Só para ficarem com uma ideia, lá temos cerca de 20 ou 30 variedades de lentilhas diferentes”, explica Rishi.
Grande parte dos caris que têm disponíveis na carta são vegan e cerca de 60% dos pratos que nela aparecem são vegetarianos. “As proteínas animal que usamos na nossa alimentação foram uma influência portuguesa, como a vaca e o porco. As suas confecções são, por vezes, muito semelhantes”.
Nas entradas desfilam chamuças de frango ou vegetarianas, robustas no recheio e com uma massa ligeiramente diferente da habitual. Em vez de ser tão crocante, é mais tenra, mas muito saborosa. Há ainda pani puri recheados com grão-de-bico e molho especial; ulli vada, uns bolinhos de cebola feitos com farinha de grão-de-bico; pazham pori, bolinhos de banana feitos com farinha adoçada; peixe marinado em especiarias com molho de massala picante; lulas recheadas com massala de vegetais e especiarias; e várias sopas, entre outras coisas (entre os 3€ e os 10€).
“Temos vários níveis de picante e os nossos molhos são feitos aqui. Alguns pratos tivemos de adaptar ao gosto português”, explica Rishi. A lista continua pelas dosas recheadas de legumes e especiarias, ou com pastas de beterraba ou de tomate picante. Outras ainda são cobertas com ovos batidos e ervas aromáticas, ou com carne picada ou, então, servidas com linguiça de frango misturada com cebola caramelizada e tomate (entre 8€ e 13€). As possibilidades são quase infinitas por aqui.
Quanto aos caris, há também muito por onde escolher. De frango verde marinado em ervas aromáticas, de frango feito à moda de Kerala, de vaca, de grão-de-bico com pasta de coco, de vegetais com cogumelos “moderadamente picante”, de lentilhas amarelas, de borrego picante ou de camarão cozido com tomate, cebola caramelizada e temperado com leite de coco são só algumas das opções disponíveis (entre os 8€ e os 15,50€).
Antes das sobremesas, feitas no dia, há ainda uma secção dedicada aos arrozes: os simples, que podem ser de coco, menta, amendoim, tamarindo ou basmati branco (entre 3,50€ e 8€); ou os biryani, de vaca, camarão, frango ou vegetais (entre os 9€ e os 15€).
Para beber, pode sempre pedir chá preto, a naringa sarabat, uma limonada feita com folhas de hortelã, sal e açúcar ou os tradicionais lassi, nos sabores original (iogurte) de manga ou morango (entre 3€ e 5,50€). Durante a semana há ainda um menu diário por 9€ e, aos fins-de-semana, pratos típicos que embarcam numa viagem com mais 11 mil quilómetros de distância.
Rua do Rosário, 252. 931 809 171. Ter-Sáb 12.00-15.30 / 19.00-23.00.