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Conecte-se ao Oriente. Sem vistos, voos ou horas perdidas à conta do jet lag. A passagem para o continente asiático está facilitada e faz-se agora através da porta de embarque 81, na rua da Fábrica, em plena baixa portuense. Do lado de lá das grandes portas de vidro que separam o Porto do Asia Connection, o mais recente projecto de Miguel Camões – empresário que detém casas bem conhecidas da Invicta, como o The Gin House, a Vermuteria da Baixa, o The Royal Cocktail Club ou o Zapata by Chakall – imperam os tons quentes das mesas de madeira e dos sofás em veludo, as luzes baixas, a garrafeira recheada e iluminada, os néones que incentivam à dança, pendurados na parede atrás de uma mesa de mistura, e um mural criado pelo street artist Fedor. Nele, ruge, ameaçador, um tigre amarelo ao lado de uma máscara de samurai, com canoas e o monte Fuji a ilustrar o cenário ao fundo.
“O nosso objectivo é criar e abrir espaços com conceitos diferentes e ainda não tínhamos um que abordasse a componente asiática”, conta Miguel Camões, que começou a pensar no projecto há ano e meio. “O Asia Connection é um gastrobar, onde acontece uma fusão entre a cozinha e a coquetelaria, e que funciona de uma forma muito versátil. Tanto pode servir quem vem beber um copo ao fim da tarde e petisca qualquer coisa, como quem vem jantar e até fica para dançar, já que temos DJ sets. A ideia é as pessoas usarem este espaço da forma que melhor entenderem”.
A carta do restaurante – que contou com a consultoria do chef João Pupo Lameiras, que deu formação à equipa, liderada na cozinha por Vanessa Duarte, chef do grupo há vários anos – está dividida entre snacks, pratinhos, acompanhamentos e sobremesas. Na primeira categoria aparecem propostas bem gulosas, como estaladiços spring rolls de pato com molho hoisin de framboesa (10€/4 uni.), jiao zi, uns dumplings chineses caseiros e cozinhados a vapor, recheados com cogumelos shiltaki e mergulhados num saboroso caldo trufado (9€/4 uni), katsu sando de foie gras (10,50€/2 uni.), ceviche de vieira e líchias com caril vermelho thai, caju e leite de coco (8,50€) e ainda baos mantou de frango frito coreano com couve e pepino, de bacalhau fresco em tempura, de tofu caramelizado ou de porco desfiado com molho de ostra, amendoim e pepino (11€/2uni.).
Os pratinhos para partilhar vão dos carpaccios vietnamitas com amendoim, molho de peixe e hóstias de camarão (10€) aos caldos udon com porco picado, gema e molho chilli (14€), passando ainda por uma série de propostas tentadoras, como as costelinhas de porco preto sticky Szechuan (que vão buscar o nome a uma pimenta conhecida e a uma região chinesa; 12€), a panqueca de kimchi com cheddar, ovo estrelado, molhos japoneses e algas (12€), e a saborosa beringela assada em molho de caril com pão paratha indiano a acompanhar (13€).
As sobremesas disponíveis encerram uma refeição divertida. Kulfi (ou gelado) de manga com pistáchio e cardamomo, bolo de banana com caramelo de miso e creme fraiche de pimenta Szechuan e cheesecake de matcha com sésamo preto e molho de framboesa são algumas das opções disponíveis (entre 5€ e 7€). A acompanhar tudo isto, uma garrafeira escolhida e pensada a dedo, “bem composta a nível de destilados”, garante Miguel Camões. Por lá vai encontrar desde gins, vodkas e whiskys asiáticos, de marcas conceituadas como Nikka e Mars (ambos japoneses), a mais de 30 referências de saques, bem como cocktails clássicos e de assinatura, feitos com habilidade por Rafael, o chef de bar.
Nota: Se procura um espaço mais intimista, além do piso principal há ainda dois sítios a explorar nesta Ásia ambivalente. O segundo andar convida a jantares a dois, mais acolhedores, já o piso inferior, junto à cozinha aberta e com uma mesa do chef boa para grupos, apela a jantaradas e a celebrações pela noite dentro, que podem durar até às duas da manhã durante a semana ou até às quatro ao fim-de-semana.
Rua da Fábrica, 81 (Porto). 22 208 6580. Dom-Qui 18.00-02.00. Sex-Sáb 18.00-04.00.