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Objectos do quotidiano, transformados em peças intemporais. A MOR Design arrancou pelas mãos do designer de produto e director criativo Pedro Sottomayor, há cinco anos, em Lisboa. Depois de se aventurar pelo estrangeiro, em Paris e em Kortrijk, na Bélgica, chegou a altura de trazer as peças A1 acima, até à terra natal do designer. Podem ser admiradas até dia 30 de Novembro, na Casa da Arquitectura, em Matosinhos, e adquiridas em quatro localizações diferentes.
“Colaboramos com bastantes arquitectos e designers do Porto e eu próprio sou de cá. Fazia todo o sentido este ser o nosso próximo destino”, revela Sottomayor. Numa sala de pé alto, em pedra, a amostra de peças é variada e, de facto, brilham os artistas nortenhos.
Das duas dezenas de itens expostos, destacam-se a cadeira ALCÂNTARA e o armário sem costas ALFAMA, fruto de uma colaboração com Álvaro Siza Vieira; as mantas CRAG, de Eduardo Aires; os vasos DUO de Christian Haas — que fez do Porto casa —, e a cadeira de três pernas AITAI, de Kengo Kuma, a mente por detrás das obras no Matadouro de Campanhã (ou M-ODU).
No lado esquerdo da sala, junto à cadeira ALCÂNTARA, encontram-se também três desenhos de Siza Vieira, fornecidos pelo próprio à exposição: o “Cavalo de Tróia”, o “Rapto” e o “Desenho”. Pode escutar a breve explicação dos mesmos nos headphones ao seu lado, apoiados na caixa CAJON, de Alban Le Henry, outro dos itens em destaque.
Com design próprio, a equipa trouxe apenas uma peça: o candeeiro DOME 100, uma grandiosa estrutura de mármore com um design único, dada a dessemelhança que existe entre blocos de pedra. “O aspecto de cada item pode variar entre centenas de desenhos e cores naturais possíveis, nenhum candeeiro é igual ao outro”, explica Sottomayor.
Nacionais ou internacionais, os artistas têm quase carta-branca no momento de idealização. “Trabalho sempre com designers e arquitectos que conheço e admiro; confio no seu trabalho e sei que se alinha com o modus operandi da MOR”, conta Pedro Sottomayor. Além do seu aspecto, o mais importante nas peças da marca é a sua longevidade e intemporalidade.
“Quero que estes objectos durem uma vida — e mais — nas mãos de quem os compra”, revela, acrescentando que “hoje em dia, o ciclo frenético das modas leva a que estas sejam produzidas sem cuidado nem qualidade, e que as pessoas se fartem das peças em pouco tempo, sempre à procura da nova tendência. Nós procuramos combater isso”.
A etiqueta “Made in Portugal” e a própria portugalidade são condições essenciais à marca. E, para Pedro, são quase sinónimas do carácter perdurável das peças, que tanto valoriza. “Portugal tem profissionais e técnicas excelentes. Várias marcas do Norte da Europa, por exemplo, vêm cá produzir. E não falo só do mobiliário e decoração, também do têxtil e do calçado”, acrescenta.
Foi também no sentido de aumentar o reconhecimento da marca em território nacional, que a MOR se veio dar a conhecer ao Porto, não só através desta exposição, mas também em vários locais comerciais portuenses. Além da loja da Casa da Arquitectura, pode agora adquirir a marca na Banema Studio, em Cedofeita, na INAIN, na Boavista, e na loja da Fundação Serralves.
“Neste momento, faz mais sentido operarmos em colaboração com lojas e espaços que fazem sentido para nós”, conta Sottomayor. Os estabelecimentos próprios não estão nos planos, mas a multiplicação para lojas de todo o país, sim, “eventualmente”. Por enquanto, e até ao final deste mês, pode espreitar os designs da MOR na Casa da Arquitectura. A encomenda online está sempre disponível.
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