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Jantares em casa de amigos são momentos de alegria e comunhão, cheios de risadas e, claro, comida boa. Para Mónica Cardoso, um jantar específico, há mais de dez anos, viria a mudar o rumo da sua vida. “Uma amiga deu-me a provar um bombom de gengibre, que adorei, e que despertou em mim uma curiosidade por este mundo do chocolate”. Depois de vários anos, cursos, viagens, estágios e ainda de uma mudança de cidade, nascia a Oporto Oficina, a nova chocolataria e gelataria da rua de Júlio Dinis, junto aos Jardins do Palácio de Cristal.
Depois do mítico bombom de gengibre, Mónica começou a aproveitar todas as férias e folgas para fazer todos os workshops e cursos de confecção de chocolate que podia, tanto cá, como no estrangeiro. Visitou França, Suíça, Alemanha, Dinamarca, entre vários outros países, para alargar o seu perfil de sabores e combinações entre eles.
“Tinha sorte de ter uma cozinha grande em casa, porque a certa altura um dos balcões passou a ser inteiramente dedicado ao chocolate”, conta-nos a gerente. Há quase 30 anos na mesma carreira, na área das Análises Clínicas, durante a pandemia Mónica começou a ponderar seriamente a transição para a cozinha profissional. Com o empurrãozinho de uma estadia numa quinta de produção de cacau, em Trindade e Tobago, e o despedimento em 2023, as portas abriram-se.
Apesar de a arte do chocolate estar dominada, Mónica achou arriscado abrir uma loja que fosse apenas chocolataria. “Em Portugal não existe uma cultura significativa à volta do chocolate. As pessoas gostam, mas não querem muito saber se é de qualidade, ou de onde vem”, diz-nos. Como tal, surgiu a questão: o que combina bem com esta iguaria? Depressa percebeu que só poderia ser o gelado, por isso, o destino era óbvio: Itália. “Passei dois meses em Turim numa gelataria artesanal, a estudar e depois a estagiar”, revela.
Aberta desde finais de Novembro, a Oporto Oficina é uma exposição das habilidades de Mónica. A bata clínica foi trocada pela jaleca de cozinha e agora a ciência dá-se no piso inferior do estabelecimento, onde as máquinas de confecção de chocolate correm dia e noite, operadas somente pela própria. O produto de tantas horas de trabalho pode ser encontrado na grande montra, logo à entrada.
Há muito por onde escolher. No que toca ao gelado, os sabores vão variando, mas pode contar, “quase sempre”, com a presença de pistáchio, avelã, flor di latte, chocolate, amendoim e flor de sal e gianduja, uma mistura de 70% chocolate e 30% creme de avelã, oriunda de Turim. Do lado das frutas, há maracujá, morango, tangerina e açaí. Uma bola fica-lhe por 2,80€, em cone ou copo. Também pode levar qualquer sabor para desfrutar em casa, por 25€/kg.
Já do lado do chocolate, os sabores são mais permanentes. Apresentados em grandes tabletes, pode escolher entre earl grey, caramelo salgado, gengibre, amêndoa amarga e avelã, todos a 6,50€/kg. Também há bombons (1€/un), das mesmas combinações e de outras também. No piso inferior, onde a magia se dá, Mónica já faz experiências para o Dia dos Namorados, em formato de coração, claro.
Se for fã de sabores mais complexos, a gerente recomenda as orangetes e citronetes (0,8€/un), pedaços de casca de limão e laranja envoltos num delicioso chocolate negro francês. Se tudo isto lhe abriu o apetite, ou o interesse, saiba que, em breve, pode contar com sessões semanais de degustação na Oficina, assim como workshops de confecção de chocolate, numa sala onde todas as condições necessárias serão rigorosamente cumpridas, como a temperatura e os materiais de manuseamento. Como se nota e Mónica afirma, “aqui o chocolate é que manda!”.
Rua de Júlio Dinis, 87. 936 755 694. Seg-Sáb 10.00-18.30 / Dom 14.00-18.30
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