[title]
Manter um festival vivo ao longo de tantos anos não é fácil, sobretudo fora das grandes cidades. Mas o Guimarães Jazz continua bem vivo, sem qualquer crise dos 30, e está de volta ao Centro Cultural Vila Flor (CCVF), de 7 a 16 de Novembro, para a sua 33.ª edição.
Dentro de um programa, segundo a organização, rico em “jazz criativo e em sincronia com o seu tempo”, começa-se em grande, com o trompetista Ambrose Akinmusire, acompanhado pelo Mivos String Quartet. O artista de 42 anos já recebeu vários prémios ao longo da carreira por conta do seu extenso repertório, no qual se inclui uma participação no aclamado álbum To Pimp a Butterfly, de Kendrick Lamar.
Os destaques continuam nos trompetes, com o concerto de Wadada Leo Smith, um dos três finalistas ao Prémio Pulitzer de Música em 2013. O músico norte-americano sobe ao palco do CCVF em formato quinteto, a 14 de Novembro, acompanhado por Lamar Smith (seu neto), Ashley Walters, John Edwards e Mark Sanders.
E de Portugal, não vai nada?
Antes disso, na primeira semana, há muito talento português para escutar, algo de que a organização se orgulha. “A realidade portuguesa mudou muito ao longo destes últimos anos e a qualidade dos projectos e dos instrumentistas locais tem verificado uma evolução muito positiva”, diz, em comunicado. Como testemunho desse crescimento, na primeira sexta-feira do Guimarães Jazz, dia 8, o palco é da vocalista Sara Serpa e do guitarrista André Matos, acompanhados por Jeff Ballard e Craig Taborn, em quarteto fantástico.
Nos sábados e no domingo do festival (dias 9, 10, 16), a programação alastra-se e compõe-se por vários momentos ao longo do dia. Sábado, dia 9, por exemplo, começa-se no pequeno auditório do CCVF, com o Projecto de Centro de Estudos de Jazz da Universidade de Aveiro e João Rocha Quartet. Continua-se depois à grande e à portuguesa com o pianista Daniel Bernardes, acompanhado pelo grupo – também nacional – Drumming, numa homenagem ao compositor György Ligeti. Para fechar a noite, no grande auditório, há momento orquestral com a compositora e arranjadora Maria Schneider.
Num registo mais relaxado, no decorrer do festival, há também Jam Sessions e oficinas de Jazz, a cargo do Tommaso Perazzo Quintet.
Ao longo de sete dias de concertos, o Guimarães Jazz pretende, segundo o director artístico Ivo Martins, continuar a “defender a pertinência do jazz num contexto frequentemente marcado por processos e discursos hostis a um estilo musical que alguns consideram ultrapassado pelos acontecimentos e, sobretudo, pela evolução tecnológica”.
Os bilhetes estão disponíveis para todos os diferentes espectáculos, havendo descontos para quem decida ir a quatro (30%), três (20%) ou dois (10%) concertos. Os preços por actuação variam entre os 10€ e os 15€.
+ Feira do Livro leva centenas de actividades aos jardins do Palácio de Cristal
+ Olha a onda... e o Guinness. Norte Surf Fest quer fazer história no Porto e em Matosinhos