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Uma salada de fruta em croché de Joana Vasconcelos, uma lista gigante dos pratos favoritos de Julião Sarmento ou um conjunto de potes de açúcar de Gerardo Burmester são algumas obras que protagonizam Fuck Art, Let’s Eat. A exposição, inaugurada na semana passada na Galeria Fernando Santos e ali patente até 2 de Novembro, nasceu do desafio lançado pelo galerista a 34 artistas nacionais e internacionais para que criassem uma obra que relacionasse arte e gastronomia, independentemente da técnica ou material utilizado.
A exposição, desenhada inicialmente para assinalar o terceiro aniversário do restaurante Oficina (projecto de Fernando Santos e do chef Marco Gomes que sempre desenvolveu actividades relacionadas com a arte), tem como ponto de partida a obra homónima de Filipe Marques que está no balcão de entrada. Contudo, ganhou vida própria ao transbordar para os três espaços da galeria, incluindo o ESPAÇO 351, do outro lado da rua. “Os criadores são todos bons comedores”, afirma Fernando Santos, sublinhando que “quase todas as obras foram criadas de propósito para este projecto”.
Fuck Art, Let’s Eat integra um leque variado de nomes da arte contemporânea como Albuquerque Mendes, Pedro Cabrita Reis, Joana Rego ou Pedro Calapez, que se expressaram através de pintura, escultura ou instalação. O pintor Santiago Ydañez, que já havia exposto no Oficina e, segundo Fernando Santos, “engordou seis quilos nos dois meses que passou cá”, fez uma tela enorme com a cabeça de um leitão sobre uma mesa.
Já Beatriz Albuquerque, conhecida pela sua prática artística interdisciplinar, fez uma instalação com várias peças de cerâmica que remetem para objectos ou alimentos ligados ao tema. A criatividade é o único fio condutor das obras, que tanto podem ser telas figurativas que lembram naturezas-mortas setecentistas, como trabalhos abstractos com maior enfoque na cor.
A exposição tem entrada livre e segue, entre 14 e 16 de Novembro, para a Alfândega do Porto a propósito da Melting Gastronomy Summit, naquele que se espera que seja “o ponto de partida para a criação de uma bienal de arte e gastronomia entre Porto, Gaia e Matosinhos”. “Queremos cultivar esse lado sensorial e performático da comida e envolver toda a cozinha que se faz na cidade e na região norte”, conclui.
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