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Cheira a novo e a material ainda por estrear. Um pouco por todo o lado há pessoal de obra atarefado a afinar pormenores. Uns limpam a escadaria de metal que dá acesso à Torre, outros carregam frigoríficos para o piso superior do mercado. Atrás dos balcões marmoreados, os chefs dão as últimas instruções às equipas que nos próximos tempos irão preparar a comida que aqui se irá servir. O Time Out Market Porto abre ao público dentro de três dias – dia 3 de Maio às 12.30 – e um misto de excitação e nervoso miudinho percorre os dois mil metros quadrados do espaço, onde cabem 11 restaurantes, um bar, uma sala de provas e uma loja da Vida Portuguesa.
Inês Santos Almeida lidera o grupo de jornalistas que na manhã desta terça-feira se juntou para conhecer por dentro o espaço. “Para quem não conhece o Time Out Market, esta é uma ideia portuguesa que começou com o Time Out Market de Lisboa. O que nos diferencia da maior parte dos mercados que conhecemos pelo mundo é que aqui a curadoria é feita pelos jornalistas da revista. São conceitos com quatro e cinco estrelas [dadas pelos críticos gastronómicos da revista] que nós seleccionamos para trazer para debaixo do mesmo tecto”, explica a directora do Time Out Market Porto.
Desta feita, na Ala Sul da estação ferroviária moram agora uma série de restaurantes que carregam o porta-estandarte e a responsabilidade de serem alguns dos melhores da cidade. “O capital gastronómico do Porto é muito diferente do das outras cidades. Aqui conseguimos reunir muitos conceitos que são de facto o melhor da cidade e a sua localização é icónica. Estamos num espaço centenário ao qual os portuenses não tinham acesso. Era uma zona de armazéns que não estava activa”, diz Inês, durante a conferência de imprensa, acrescentando que “a ideia será revitalizar toda esta área”, “devolvê-la aos portuenses”.
É sempre a subir
Além dos restaurantes – que farão a sua parte no que diz respeito a apresentar o que de melhor a cena gastronómica portuense anda a fazer – também a mítica Torre, projectada por Eduardo Souto de Moura, terá um papel fundamental na dinamização da vida cultural da cidade. No topo, com vista privilegiada para a Torre dos Clérigos e para o casario da Invicta, fica a Sala de Prova, que se dedicará aos vinhos do Porto e Douro, com a supervisão do enólogo Bento Amaral e com uma carta de pratos e petiscos pensada pelo chef Luís Américo. A meio existirá um palco para concertos e outros eventos. E no piso zero mora a Vida Portuguesa. A loja de Catarina Portas com marcas portuguesas de outros tempos está, assim, de regresso à cidade.
“Este é o nosso regresso ao Porto. Nós tivemos loja no Porto durante muitos anos, fechou durante a pandemia, infelizmente. Estávamos a aguardar a altura de voltar e acho que esta foi a altura perfeita e o sítio perfeito”, contou Catarina Portas, deixando no ar a vontade de abrir na cidade um outro sítio, futuramente. “Nesta loja temos um best of daquilo que vendemos. São produtos escolhidos a dedo para ter um bocadinho de tudo”. Da papelaria à perfumaria, da alimentação ao textil, do artesanato aos brinquedos.
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