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Imagine que os azulejos que cobrem a fachada do seu prédio tinham mais do que uma função meramente decorativa. Um grupo de investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) desenvolveu uma tecnologia, chamada de Portuguese Solar Tiles, que adiciona aos painéis fotovoltaicos, usados para converter a luz solar em energia eléctrica, imagens e logótipos para que se pareçam com os nossos típicos azulejos.
Apesar de as tecnologias fotovoltaicas serem as principais candidatas à produção de energia, em especial nas cidades, as soluções que para já existem têm algumas condicionantes, tanto a nível estético, como na absorção de radiação. Ou seja, estes dois entraves acabam por restringir a sua aplicação apenas aos telhados, desperdiçando cerca de 90% da área disponível dos edifícios, como explicou à Agência Lusa, Luísa Andrade, docente e investigadora da FEUP e uma das responsáveis pelo projecto.
Estes painéis fotovoltaicos com filme fino, além de serem mais versáteis e mais eficientes na captação de radiação difusa (radiação que chega a uma superfície com um ângulo diferente de 90 graus) do que a tecnologia de silício, utilizada actualmente, têm ainda uma durabilidade de 20 anos e podem ter várias cores e padrões, tornando-os semelhantes a azulejos.
Esta tecnologia, que está a ser desenvolvida desde 2007 nos laboratórios da FEUP, foi distinguida com o primeiro lugar na segunda edição de 2017 do Business Ignition Programme, um programa financiado pelo Norte 2020, pelo Portugal 2020 e pela União Europeia.