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Até há bem pouco tempo, Valter Hugo Mãe mantinha os seus desenhos timidamente guardados numa gaveta, mostrando-os apenas a um círculo próximo de amigos como Agostinho Santos. Depois de muita insistência por parte do artista plástico, o escritor, que não se assume como desenhador ou pintor, acedeu ao convite para expôr o seu trabalho. O resultado é As Ilhas dos Abaeté, que inaugura no sábado, 26 de Outubro, e fica patente na Sala Júlio Resende, no Auditório Municipal de Gondomar, até 30 de Novembro.
“O Valter Hugo Mãe é um escritor multifacetado, é um homem de vários engenhos”, reconhece Agostinho Santos, curador da exposição que conta com 32 desenhos baseados no romance que o autor está a terminar. De acordo com Valter Hugo Mãe, esta é “uma história acerca de uma comunidade na Amazónia”. Foi a partir dela que inventou os bonecos que figuram nos desenhos que vão ser mostrados.
Agostinho Santos considera que, apesar de demarcar-se dos artistas plásticos profissionais, Valter Hugo Mãe “tem a coerência e maturidade que definem um bom artista”. “Um desenho do Valter não precisa de assinatura, porque se vê à distância”. Nesse sentido, “ele é escritor, mas é também um desenhador e pintor que encontrou as formas que entendeu para se expressar”.
O diálogo entre a literatura e a arte é uma busca constante na curadoria de Agostinho Santos, também jornalista. As Ilhas do Abaeté “encaixa perfeitamente neste encontro entre as duas, não só porque se trata de um grande escritor, mas de um dos escritores, em Portugal, que desenha melhor”, conclui. A exposição tem entrada livre e pode ser vista de terça a quinta entre as 09.30 e as 13.00 e as 14.00 e as 18.00, e sexta e sábado entre as 10.00 e as 13.00 e as 14.00 e as 00.00.
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