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Exposição de Yoko Ono inaugura este sábado em Serralves

Escrito por
Maria Monteiro
Yoko Ono
© DR
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É, possivelmente, o nome mais sonante da programação de Serralves para 2020, e a sua exposição, cuja inauguração estava prevista para 3 de Abril, a mais aguardada do ano. Embora adiada devido à pandemia, a data inicial de abertura de O jardim da aprendizagem da liberdade, de Yoko Ono, foi assinalada com a divulgação de algumas obras online. A partir deste sábado, a exposição pode, finalmente, ser visitada no Museu e Parque de Serralves.

“Esta exposição apresenta uma visão abrangente da produção multifacetada de Ono, pioneira da arte conceptual e da performance”, descreve o comunicado de imprensa da fundação. A multidisciplinaridade é transversal à obra de Yoko Ono (n. 1933), inserida no Fluxus, “movimento artístico mais radical da segunda metade do século XX” que foi navegando entre Tóquio e Nova Iorque. 

O “anarquismo estético” e o “compromisso com uma liberdade perturbadora” permitiram-lhe tratar as questões mais prementes do seu tempo, como a guerra, a violência, os abusos políticos e doméstico, as alterações climáticas ou as crises de refugiados. O seu olhar, simultaneamente incisivo e poético, sobre problemáticas relacionadas com liberdade (ou ausência dela), é apresentado através de pintura, música, poesia, instalação, vídeo, performance, objectos ou materiais de arquivo.

Mas este “jardim de aprendizagem e liberdade”, assente na “materialidade do objecto e da linguagem poética implícita”, só se completa com a participação do público. Algumas obras incluem instruções que os visitantes deverão seguir “seja na sua mente, seja em acções físicas concretas”. São exemplo disso Wish Tree (1996-2020), que desafia o público a escrever os seus desejos pela paz e a atá-los ao ramo de uma árvore, ou To See the Sky (2015), instalação que tem a forma de uma escadaria azul e que convida o espectador a subir até ao ponto mais alto para ver (ou imaginar) o céu a partir do local onde se encontra.

Em Fevereiro, Yoko Ono lançou o convite ao público português para colaborar com a criação de duas peças: Arising, que pedia testemunhos de mulheres de várias idades e nacionalidades sobre se já haviam sido prejudicadas pelo seu género, acompanhados de uma fotografia dos seus olhos, e Evento da Água, que solicitava a participação de artistas portugueses para, em conjunto com a artista, criarem uma escultura de água. O Jardim-escola da Liberdade pode ser visitada até 15 de Novembro.

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