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‘Fertile Futures’, projecto português na Bienal de Arquitectura de Veneza problematiza os recursos hídricos e a escassez de água doce

O projecto foi ontem apresentado no Porto e vai estar no Palazzo Franchetti, em Veneza, entre 20 de Maio e 26 de Novembro de 2023.

Mariana Morais Pinheiro
Directora Adjunta, Porto
Mapa de trabalho de campo da hidrogeografia do Tâmega. Desenho, 2023.
© Space TranscribersMapa de trabalho de campo da hidrogeografia do Tâmega. Desenho, 2023.
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“É tempo de voltarmos a ser humanos, não podemos adiar mais o nosso tempo”. É assim que Andreia Garcia, arquitecta e curadora da Fertile Futures começa por apresentar o projecto, com curadoria adjunta de Ana Neiva e Diogo Aguiar, que irá representar Portugal na 18.ª Exposição Internacional de Arquitectura – La Biennale di Venezia 2023, que acontece entre 20 de Maio e 26 de Novembro de 2023, no Palazzo Franchetti. 

Subordinada ao lema O Laboratório do Futuro, com África no horizonte e temas como a descolonização e descarbonização na sua órbita, a exposição irá receber representações oficiais de 63 países. A visão da equipa portuguesa centrou-se em torno da água, “da escassez de água doce”, da necessidade “de modificar o impacto massivo” causado pelo Homem e da luta deste pelo bem essencial, apontou a curadora portuguesa ontem, durante a conferência de imprensa que aconteceu no Reservatório – Museu do Porto, no Parque Urbano da Pasteleira, e contou com a presença de Pedro Adão e Silva, Ministro da Cultura.

“A cultura desempenha um lugar central na relação de Portugal com o mundo”, começou o ministro, salientando que a participação de Portugal em eventos desta dimensão são “momentos fulcrais” que projectam “o que somos como país” e dão visibilidade aos nossos profissionais. Adão e Silva deixou ainda claro que o projecto português é um “estímulo à reflexão sobre novas estratégias para a gestão dos recursos hídricos”.

Assim sendo, Fertile Futures problematiza os “recursos hídricos de sete hidrogeografias portuguesas, para pensar um futuro fértil, sustentável e equitativo”, pode ler-se na apresentação do projecto. A bacia do Tâmega; o Douro Internacional; o Médio Tejo; a Albufeira do Alqueva; o Rio Mira; a Lagoa das Sete Cidades; e as Ribeiras Madeirenses são os casos em estudo, a partir dos quais se procurarão soluções para melhorar o futuro.

O projecto contará ainda com um Seminário Internacional de Verão – que levará estudantes de arquitectura de diferentes contextos ao Fundão, que integra a lista de oito cidades portuguesas incluídas na Missão da União Europeia para Adaptação às Alterações Climáticas, para partilha de conhecimento e saber –, mas também com uma série de Assembleias de Pensamento. A próxima acontece no dia 20 de Maio em Veneza, mas as seguintes, de entrada livre, espalham-se pelo país: no Gnration, em Braga, no dia 3 de Junho; na Fábrica da Cerveja, em Faro, a 9 de Setembro; e na Escola Porta 33, em Porto Santo, a 7 de Outubro. 

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