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Festival Dias da Dança regressa em pleno ao Porto, Matosinhos e Gaia

Ao longo de 13 dias, o DDD – Festival Dias da Dança apresenta 44 espectáculos, entre estreias mundiais e nacionais, num total de dez palcos e vários espaços públicos no Porto, Matosinhos e Gaia. A não perder, de 19 de Abril a 1 de Maio.

Jornalista de Música, Time Out Porto
“Cascade” de Meg Stuart
© Martin Argyroglo“Cascade" de Meg Stuart
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Um dos encontros de referência das artes performativas em Portugal está de regresso em formato presencial ao Porto, Matosinhos e Gaia, entre 19 de Abril e 1 de Maio. Depois do cancelamento em 2020 e de uma edição híbrida em 2021, este ano o DDD – Festival Dias da Dança marca o (re)encontro coreográfico entre artistas e públicos, com programação nacional e internacional. Ao longo de 13 dias, jovens artistas vão partilhar o palco com grandes nomes da dança contemporânea.

A maioria dos espectáculos apresenta-se pela primeira vez em Portugal, como é o caso de Cascade, da norte-america Meg Stuart, com cenografia de Philippe Quesne e música de Brendan Dougherty, ou miramar, do francês Christian Rizzo, que apresenta uma cenografia onde a luz é difratada e reverberada num bailado mecânico. Destaque ainda para as novas criações, inéditas em Portugal, de Matija Ferlin, Tatiana Julien, Boris Charmatz, Bruno Beltrão e Marta Soares.

'Miramar' de Christian Rizzo
© Marc Domage'Miramar' de Christian Rizzo

Em estreia absoluta, estarão os novos espectáculos de Né Barros, da dupla Catarina Campos & Melissa Sousa e de Martim Pedroso, numa co-criação com a norte-americada Marlyn Ortiz. Ao DDD chegam ainda os mais recentes trabalhos de Clara Andermatt & João Lucas, André Braga & Cláudia Figueiredo, Piny e Diana Niepce.

A nível de parcerias, destaque para a ligação ao Brasil, com artistas de gerações e contextos distintos, que em comum têm discursos urgentes, como Bruno Beltrão, Marta Soares e o músico Luca Argel. O coreógrafo e artista transdisciplinar Gustavo Ciríaco, que transita entre a dança e as artes visuais, vai apresentar três momentos do projecto Cobertos pelo Céu: “Paisagem em linha”, “Paisagem Bolbo” e “v a s t i d ã o”. Aprofunda-se também a parceria com o festival Panorama RAFT, do Rio de Janeiro, com a apresentação de um conjunto de vídeos performativos desenvolvidos expressamente para o online por Soraya Portela.

No âmbito da temporada Portugal–França, destaque para a última apresentação de Somnole, antes de Boriz Charmatz assumir a direcção do Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Estará sozinho e exposto em palco, num trabalho de grande exigência física. A este, junta-se ainda o espectáculo Soulèvement, da bailarina e coreógrafa Tatiana Julien, e miramar de Christian Rizzo.

'Somnole' de Boriz Charmatz
© Marc Domage'Somnole' de Boriz Charmatz

A abrir a sexta edição do DDD, poderá ver Pantera, de Clara Andermatt e João Lucas, uma homenagem ao músico cabo-verdiano Orlando Barreto, que abriu novos caminhos e é lembrado num espectáculo que explora os costumes e a cultura de Cabo-Verde, projectando-os num mundo contemporâneo. Não menos especial será a apresentação de Anda, Diana, de Diana Niepce. Depois de ter ficado tetraplégica em 2014, a bailarina e acrobata superou-se artisticamente e retrata aqui a reconstrução do seu eu, num diálogo entre corpo e mente, até construir o corpo que dança. 

Há também espaço para uma instalação visual de Marta Soares na galeria RAMPA, apresentações do movimento Ball (que se transformou numa forma de expressão e identidade para a comunidade LGBTQIA+), danças de influência oriental e ancestral, mas também pop, com Martim Pedroso e Marlyn Ortiz, urbana, com Catarina Campos e Melissa Silva, ou hip-hop, como é o caso da nova criação do Bruno Beltrão. O Meeting Point do DDD continuará a ser o Café Rivoli, aberto diariamente e com uma programação de música e DJs nos dois fins-de-semana do festival. 

O "DDD IN" apresentará espectáculos de dança em sala, no Rivoli, Teatro Campo Alegre, Teatro Constantino Nery, Auditório Municipal de Gaia, Teatro Nacional São João, Teatro Carlos Alberto, Serralves, Coliseu Porto Ageas, Palácio do Bolhão e RAMPA. Já o "DDD OUT", que continua a ser a âncora de uma parceria com o Balleteatro, através do Corpo + Cidade, vai ocupar jardins e praças, como a Praça D. João I, Parque de Serralves, Jardim Marques de Oliveira, Largo da Sé, Jardim de João Chagas, Parque Basílio Teles e Jardim do Morro. O "DDD CAMPUS" vai contar com workshops, aulas diárias e um ciclo de conversas. Será aqui que os "DDD GUESTS", quatro jovens artistas de Cabo Verde (Djam Neguin), Brasil (Gaya de Medeiros e Iara Izidoro) e Portugal (Ana Isabel Castro), vão experienciar o festival, dispondo de acompanhamento crítico, de estúdios para trabalhar e fazendo previews abertos ao público.

Os bilhetes para o DDD já se encontram à venda na bilheteira central do festival, do Teatro Rivoli, e online. O custo varia por espectáculo, entre os 7€ e os 16€. Na compra simultânea de cinco ou mais bilhetes para espectáculos diferentes é aplicado um desconto de 50% – este passe só está disponível na bilheteira central do Rivoli. Todos os espectáculos do "DDD OUT" são gratuitos, excepto v a s t i d ã o de Gustavo Ciríaco. As actividades "DDD CAMPUS" requerem inscrição prévia (campuspcs@agoraporto.pt). Consulte aqui o programa completo.

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