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Frágil, sinto-me Frágil. Na zona das Antas, há um novo bar com cocktails de autor

Depois de uma década como bartender, António Rosário decidiu que era altura de avançar com um sonho de longa data e abriu o seu próprio bar.

Escrito por
Adriana Pinto
Frágil Bar
© Vinicius Valpereiro | Balcão do Frágil
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“Está a saber-me mal / Este Whisky de malte / Adorava estar in / Mas estou-me a sentir out”. Se aprecia a música de Jorge Palma, saiba que chegou à rua de Latino Coelho um bar que pode ser a solução para os seus problemas. O Frágil abriu em Janeiro deste ano, tem capacidade para cerca de 20 pessoas e é um orgulhoso one-man-show, “pelo menos por enquanto”, conta à Time Out António Rosário, bartender, gerente e garçom.

O espaço é recente, mas a sua idealização durou vários anos. António licenciou-se em Design, mas rapidamente percebeu que a sua vocação era outra. “Trabalhei durante toda a licenciatura em restauração e bar para me sustentar e fui ganhando um interesse grande pela área”, revela. Após o fim do seu percurso académico e retornado à cidade natal, o Porto, nunca mais tirou as mãos das garrafas e copos.

De bar em bar, acabou por assentar durante cinco anos no TerraPlana, onde chegou a gerente, mas o desejo de abrir um estabelecimento próprio aumentava a cada dia. Fez várias formações, foi formador e, em 2023, arrancou com o projecto Shake and Stir, que promove workshops e cursos de coquetelaria, serviço de consultoria para bares e restaurantes e ocasionais pop-ups. “Costumávamos realizar as actividades num cantinho do Centro Comercial de Cedofeita, por isso, é bom poder passar agora o projecto para um espaço maior e mais nosso”, conta o barman.

Frágil Bar
© Vinicius ValpereiroAntónio, a preparar um cocktail

"O Frágil não é apenas um bar, é um palco para os sentidos"

Está escondido nas galerias que separam a rua Latino Coelho da rua Aurélia de Sousa e é um dos poucos bares da zona. “A procura por um espaço foi longa e difícil, mas acabei por decidir instalar o Frágil aqui. Sinto que a Baixa está um pouco saturada”, revela. De aficcionados da coquetelaria a simples vizinhos curiosos, todos são bem-vindos nestas mesas de bar, divididas entre rés-do-chão e mezzanine.

Felizmente, aqui não encontra mais do mesmo. O António personaliza o atendimento a todos os visitantes do Frágil. “Acho que chegar à beira do cliente, perguntar-lhe o que gosta mais e o que gosta menos e explicar-lhe um pouco sobre os ingredientes ou a intenção por detrás das bebidas são coisas muito importantes”, conta.

Numa carta que será sazonal, o bartender decidiu arrancar a todo o gás. São cinco os cocktails de assinatura, incluindo o Tropicália (10€), que ficou em segundo lugar na Graham's Blend Port Competition em 2023, preparado com Graham’s n12 Ruby, goiaba, hibiscus e espumante. 

Frágil Bar
© Vinicius ValpereiroO cocktail Fungi

“Às vezes, a inspiração vem de algo tão simples quanto o comentário de alguém, ou um olhar diferente para um ingrediente específico, como o cogumelo”, conta, referindo-se a outro dos cocktails da casa, o Fungi (10,50€), que leva vodka ucraniana, shitaki, miscaro e uma pequena ramificação de shimeji como adorno, “perfeito para quem gosta de umami”.

Ao fim do dia, tudo depende do gosto do cliente. “Tenho sempre em conta o meu gosto pessoal, claro, mas o mais importante é ter algo para toda a gente”, explica António. Depois do frutado Tropicália e da viagem gastronómica do Fungi, que perfis faltam?

Para os fãs dos citrinos e da frescura, a casa recomenda o Thai Heights (9,50€), com um vinho do Porto frutado Cockburns, gengibre, chá tailandês e erva príncipe. Na mesma linha, mas mais doce e condimentado, está o Bang Bangkok (10,50€), que é composto por gin de fabrico local, da Little Faca, especiarias, tamarindo e coco.

Frágil Bar
© Vinicius ValpereiroCocktail Old Monkey

E para fechar em grande, peça o cocktail (admitidamente) mais forte e amargo da selecção, o Old Monkey (10,50€), que conta com rum do Panamá, banana, cerveja Imperial Stout e um toque de baunilha. 

Para que não caia tudo em barriga vazia, há pequenos snacks, como tremoços (2,50€), azeitonas (2,50€), salada de cuscuz (4€) e pão rústico com molho pesto (3€).

No que toca a outras bebidas, também vendem cerveja e sidra artesanal e vinhos naturais. E se não quiser arriscar, António não torce o nariz a preparar os cocktails tradicionais (desde 9€), mas tenta sempre levar o cliente para os originais. "Se alguém me pede um mojito, por exemplo, eu digo: 'E porque não o Tropicália, que tem um perfil parecido?'".

Aproveite-os enquanto pode, porque a Primavera trará cocktails de assinatura novos, de maneira a variar e tirar proveito dos ingredientes da época, factor essencial para o gerente, que aproveita os dias em que fecha o Frágil para ir buscar o que pode a casa de familiares. No lado direito da mezzanine guarda frutas, ervas, especiarias e plantas, tudo aquilo que necessita para as experiências no seu novo laboratório.

Além de uma carta renovada, com o bom tempo chegará também uma esplanada, um horário alargado e mais actividades em linha com as noites de poesia, que acontecem no Frágil todas as quintas-feiras.

Rua de Latino Coelho 85 Loja 5. Ter-Qui 17.00-00.00 / Sex-Sab 17.00-01.00.

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