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Num pequeno recanto do Museu da Torre dos Clérigos vive, por estes dias, a genialidade de Pablo Picasso (1881-1973). Não, não são pinturas, nem esculturas. Aqui viaja-se por uma faceta menos conhecida, mas igualmente fascinante, do mestre espanhol: uma colecção de cerâmica composta por 32 peças, com formas e cores diferentes, que vão desde as primeiras criações aos últimos trabalhos de um dos maiores génios artísticos do século XX. A exposição “Picasso e a Cerâmica: o Génio de uma Arte Maior” chega pela primeira vez ao espaço da União Europeia e pode ser visitada nos Clérigos a partir desta sexta-feira, 13 de Setembro, e até 12 de Janeiro do próximo ano.
“Estamos a cumprir a nossa missão, que é tornar este espaço apetecível, atractivo, com conteúdos importantes e valiosos e que despertam o interesse e a curiosidade, mas que também elevam o conhecimento de quem cá chega”, explica o padre Manuel Fernando, presidente da Irmandade dos Clérigos, acrescentando que os contactos para que esta exposição fosse possível começaram há cerca de um ano. A exposição teve a curadoria de Nuno Viana e as peças pertencem, maioritariamente, a coleccionadores particulares dos Estados Unidos, que disponibilizaram as obras de Picasso para este projecto, e a um coleccionador português.
Na sala da exposição, cada peça está cuidadosamente colocada, alinhada com fotografias de Picasso com algumas das obras de cerâmica, área à qual dedicou uma parte significativa da sua vida. Destacam-se peças como o “Mocho-da-Floresta”, um jarro de cerâmica branca parcialmente vidrado, pintado em cores, de 1968, ou a “Pomba em Cama de Palha", um prato de faiança branca vidrada pintado a cores, de 1949. Uma das peças mais recentes é a placa de terracota “Rosto com Gola”, datada de 1971, apenas dois anos antes da sua morte.
“São peças que nunca vimos em mais lado nenhum, que não estão nos grandes museus e que são também uma faceta extraordinária e apaixonante – ter artistas que às vezes vemos em obras mais focadas na pintura, por exemplo, e depois percebermos esta versatilidade e esta capacidade criativa que passa por vários materiais”, acrescenta o responsável da Irmandade dos Clérigos, sublinhando que um dos objectivos passa também por “contribuir para afirmar e potenciar a cidade do Porto enquanto um epicentro de excelência cultural, no panorama internacional das artes”.
Esta é a 14ª exposição temporária no Museu dos Clérigos, que já recebeu outras exposições, como “Kandinsky, Obras Perdidas da Bauhaus”, a primeira edição d’Os Lusíadas ou a exposição “Porto por Marta”, de Marta Vilarinho de Freitas, uma arquitecta portuense. A exposição “Picasso e a Cerâmica: o Génio de uma Arte Maior” está incluída no bilhete de subida à Torre dos Clérigos (8€), mas pode também ser visitada individualmente (5€).
Para breve, está também a ser preparado um atelier artístico com workshops de cerâmica, pintura e modelagem: “Vamos tentar ensinar algumas técnicas de Picasso, apesar de ser difícil. Queremos dar a possibilidade de as pessoas testarem, meterem a mão na massa e fazerem a sua peça Picasso”.
Rua de São Filipe Nery (Porto). 13 Set-12 Jan, 09.00-19.00 (8€ subida à Torre dos Clérigos e visita à exposição, 5€ apenas visita à exposição)
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