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Gharb: as cozinhas portuguesa e árabe debaixo do mesmo tecto

Há kebabs, açordas e pão sírio caseiro para provar neste novo restaurante, no Campo dos Mártires da Pátria.

Escrito por
Patrícia Santos
Gharb
© Eduardo Martins
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Os mais distraídos talvez ainda não tenham reparado mas, em Abril deste ano, num espaço com cerca de 50 metros quadrados, Gustavo Guimarães e André Mesquita abriram uma porta que dá acesso directo ao Médio Oriente. Com os Clérigos e o Centro Português de Fotografia como vizinhos, o Gharb abriu portas para celebrar "o legado árabe presente em Portugal”, como começa por contar Gustavo, arquitecto e sócio do restaurante.

Gharb
© Eduardo Martins

“Conheci o André em 2018, quando me contratou para recuperar este prédio que, além do restaurante, alberga oito unidades de alojamento local. Inicialmente, a ideia era instalar aqui um dinner americano. Chegámos mesmo a ir aos Estados Unidos à procura de inspiração mas, com o tempo, as coisas foram mudando”, acrescenta. Mais do que arquitecto, Guimarães tornou-se sócio do projecto que, em 2021, se voltou para o Oriente, trocando os hambúrgueres pelos kebabs, hummus, ovos turcos e pão sírio. Após uma passagem pelo Mediterrâneo, a dupla começou a desenvolver um conceito “com ligações ao Médio Oriente, que funcionasse como uma viagem desta região até Portugal e mostrasse as raízes árabes que ficaram na Península Ibérica”.

Este legado nota-se “nos pratos próximos do Líbano e da Síria, como os hummus (a partir de 7,5€); no kebab da Turquia (7€) — interessante por juntar carne de borrego a gordura de porco preto —, na sopa de lentilhas (6€), que é mais de Marrocos; e no gaspacho andaluz (4€). Nacional, temos a açorda de bacalhau (13€), que muitos não sabem, mas tem origem árabe”, enumera o Gustavo. Incontornável é o pão sírio que, além de caseiro, é feito na hora. Para acompanhar, há vinhos e sumos naturais. Tiago Curi, chef brasileiro com ascendência libanesa, é o responsável pelas receitas tradicionais que encontra na carta e que pode apreciar ao balcão ou numa das duas esplanadas.

Gharb
© Eduardo Martins

O percurso traçado pela equipa surge da vontade de contar “uma história que está um pouco esquecida". "Há tantas coisas que definem Portugal e nem todos conhecem a sua proveniência. O azulejo português, por exemplo, só existe devido à cultura árabe. Proporcionamos então uma espécie de viagem ao passado e à nossa identidade, ao que nos transformou no que somos hoje”. A provar isso, também a terracota e o mosaico hidráulico foram puxados para o interior do Gharb, mais um elo de ligação entre as duas culturas.

Campo Mártires da Pátria, 130. 93 945 9970. Dom-Qui 12.00-00h00, Sex-Sáb 12.00-01.00

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