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O anúncio estava feito, embora sem detalhes. Até esta terça-feira, dia em que ficou confirmado o regresso a Portugal do Guia Repsol para 2025. O maior guia espanhol que todos os anos elege os melhores restaurantes do país regressa em Março e as inspecções, feitas de norte a sul do país, já começaram. “Este é o primeiro gesto de aproximação”, começou por apresentar Beatriz Giacomini, responsável pela direcção de comunicação e relações institucionais da Repsol. “O guia já existe há mais de 45 anos em Espanha. Já existiu em versão impressa em Portugal, mas extinguiu-se em meados de 2017. Regressa agora em formato digital, com tudo o que Portugal tem para oferecer sobre a sua riqueza gastronómica. É um produto feito por portugueses e para portugueses”, acrescentou.
Mas o suporte em que será lançado – neste caso digitalmente, através de uma aplicação – não é a única novidade neste guia. A sua filosofia também sofreu uma transformação. “Em 2015, sentimos que estávamos a deixar de conectar com as pessoas. O guia estava muito elitista, por isso decidimos revolucionar e focarmo-nos em dar às pessoas o que elas procuram num restaurante e não centrar a nossa atenção na rigidez do que deve ser um sítio”, explicou María Ritter, directora do Guia Repsol, fazendo questão de se destacar (sem o dizer) do seu mais directo concorrente, o Guia Michelin.
María Ritter justificou o regresso do guia “com o muito bom momento gastronómico e turístico que Portugal está a atravessar” e que, se tudo correr como planeado, será lançado, conjuntamente com uma gala, em Março do próximo ano (um mês depois da gala da Michelin. O local da cerimónia ainda não está decidido, mas no ar ficou a pairar a possibilidade de esta acontecer num local descentralizado, fora das grandes cidades portuguesas. “Já começámos a correr o país e temos tanta coisa para contar. Tantos sabores, tantos vinhos, tantos produtos. Queremos contar onde se come bem e onde se é feliz”. E isso não acontece só em Lisboa e Porto.
Os sóis vão voltar a brilhar sobre os restaurantes portugueses
A equipa de inspectores, que percorrem de forma anónima os restaurantes do país, tal como acontece em Espanha, é composta por mais de 20 elementos. “Os inspectores são locais, da região onde actuam. São eles que sabem o que abriu e que conhecem bem a cultura gastronómica da zona. São pessoas que não têm interesses no sector [da restauração] e que têm perfis muito diferentes. Temos pessoas mais jovens e outras com mais idade, temos gente que viaja muito ou que tem uma grande paixão pela gastronomia. Temos executivos, jornalistas, foodies…”, acrescentou a directora, ressalvando que este é um guia “100% de alma portuguesa”, com o objectivo de “pôr valor na gastronomia e no turismo”.
Feitas as contas por alto, María estima que o guia irá conter avaliações a cerca de 120 ou 150 restaurantes, que começaram a ser visitados desde o fim do Verão. A cada um será atribuída uma classificação de um, dois ou três sóis, símbolo da empresa petrolífera espanhola Repsol. Um sol corresponde a um restaurante com boa qualidade e serviço, que se recomendaria a um amigo e onde se voltaria; os dois sóis, a um espaço onde se aposta em bons produtos preparados com muita técnica; e os três sóis onde a experiência, do serviço à comida, é irrepreensível. A par destes, irão apresentar ainda uma lista de restaurantes recomendados.
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