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Não faltam festivais por este país fora, de Trás-os-Montes ao Algarve, do Minho às ilhas, que durante todo o Verão arrancam os festivaleiros do sofá e os põem a abanar o corpinho ao som dos mais variados estilos de música. E há-os para quase todas as faixas etárias, com concertos revivalistas de cantores consagrados ou actuações das mais modernas bandas, que conquistam adolescentes um pouco por todo o mundo com os seus hits no topo das tabelas.
Felizmente, o Frenesim, cooperativa cultural que promove a música e a arte, chegou para suprir uma falha da qual grande parte dos promotores de festivais parece ter-se esquecido: aquela fatia de população que engloba bebés dos quatro meses a crianças de quatro anos. O público mais exigente, já se sabe. Posto isto, de 4 a 7 de Julho, o Bebés no Jardim regressa à Casa das Artes para mais uma edição onde a música, as brincadeiras, os sentidos e a natureza são presenças constantes.
“Nós fazemos uma programação regular para bebés, crianças e para as suas famílias, que é uma coisa que não existe no Porto”, diz Rita Campos Costa, coordenadora artística do Frenesim, acrescentando que aqui não se dão aulas, fazem-se antes “sessões de imersão, onde o objectivo é tocar, experimentar, dançar e cantar”. Com actividades durante todo o ano, quando chega o Verão reforçam as iniciativas. “Há colónias de férias para os miúdos mais crescidos, mas não há nada para fazer com o meu filho bebé”, aponta.
Desta feita, durante quatro dias, os mais pequenos, sempre acompanhados por um adulto, tornam-se exploradores do mundo que os rodeia. No jardim da Casa das Artes, durante as sessões interactivas, são incentivados a espreitar debaixo das pedras, a olhar para o topo das árvores, a descobrir os instrumentos espalhados pelo espaço, a explorar as instalações sensoriais, a embarcar em missões secretas e a enfiarem-se nas tocas dos coelhos, sempre guiados pela música.
“Tivemos a ideia de fazer uma espécie de toca de coelhos, com vários túneis que vão dar a um lugar onde existem bolhas sensoriais. Na bolha da visão, por exemplo, há jogos de ilusão óptica. Outra bolha é a do olfacto, que tem imensos cheiros, e onde colocamos várias questões: A que cheira a terra molhada? O que é o cheiro a Verão? É o creme Nivea”, sorri Rita, que andou a fazer, juntamente com outros elementos da cooperativa, óleos essenciais de cerca de 60 ou 70 cheiros. “Tudo o que fazemos para bebés tem de ser genial para nós. Tem de ser uau. Na bolha do tacto podes tocar, na audição há tubos por onde falas e o som sai do outro lado. Temos desde coisas analógicas muito simples, a coisas mais tecnológicas.”
O programa divide os quatro dias em manhãs e tardes. Pode, por exemplo, ficar no jardim durante a manhã ou da parte tarde, até três horas por dia. E, depois, seguir para o auditório da Casa das Artes onde acontecem sessões de música de 25 minutos, guiadas por artistas-educadoras. As inscrições custam 50€ e os irmãos têm um desconto de 10%.
Rua Ruben A, 210. 22 011 6350. Seg-Qui 10.15; 10.50; 11.30; 15.35; 16.10; 16.45; 17.20; 18h00 e 18.35 (horário das sessões em auditório).