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Como um novo ramo que cresce a partir de uma árvore. Assim pode ser descrita a Ala Siza Vieira, um edifício de três pisos e com mais de 4000 metros quadrados, que funcionará daqui em diante como extensão do Museu de Arte Contemporânea e surge totalmente integrado na paisagem do parque. À primeira vista, é quase como se sempre tivesse feito parte de Serralves. Na realidade, mais de duas décadas separam as duas construções. Ambas contam, contudo, com a assinatura do mítico arquitecto. A mais recente surge agora como símbolo de crescimento natural e vem destacar a relação próxima e duradoura entre a instituição e Siza Vieira.
Com mais de 4500 obras em acervo e a aumentar, o novo edifício foi uma questão de necessidade. Era preciso mais espaço para expor em permanência e a Ala Siza Vieira vem cumprir esse propósito. Com dois pisos de exposição e um de arquivos, o museu cresce em área expositiva e em reservas, possibilitando a Serralves continuar a receber doações e novos depósitos. A ampliação permite, consequentemente, a apresentação de uma narrativa inédita sobre a arquitectura – área até agora pouco explorada pela instituição – e a arte contemporânea portuguesa, relacionando-a com artistas e movimentos internacionais que a contextualizam e com ela dialogam.
A janela em forma de triângulo invertido, no andar da entrada, responsável por uma vista panorâmica para o jardim, é um dos destaques do projecto, edificado ao longo de 18 meses. É este andar, com dezenas de salas dinâmicas, repletas de luz natural, que vai receber as obras da colecção da casa. Já o piso de baixo, com salas amplas – uma delas chega a ter 12 metros de altura –, serve de palco a mostras dedicadas à arquitectura. Longe do olhar do público fica o andar térreo, pensado para acolher o arquivo actual, bem como futuras doações.
Desde a inauguração, em Outubro, o espaço tem permanecido vazio, mas aberto a visitas para poder ser explorado pela sua traça. Para Fevereiro, porém, está prevista a inauguração de duas grandes exposições: uma dedicada à Colecção de Serralves e outra à obra de Siza Vieira.
A homenagem prestada ao arquitecto de 90 anos, ao atribuir o seu nome ao edifício, é encarada como uma consequência natural da longa relação que une Siza e Serralves. O percurso de um mistura-se com a história da outra. Afinal, falamos do homem que projectou o museu em 1999, a Casa do Cinema Manoel de Oliveira em 2021 e assinou a recuperação da Casa de Serralves nesse mesmo ano, tal como da Casa dos Jardineiros em 2022. Um novo capítulo em jeito de celebração de uma união com mais de três décadas.
Rua Dom João de Castro, 210. Seg-Sex 10.00-18.00, Sáb-Dom 10.00-19.00. 13€