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A andorinha-das-barreiras é uma espécie migratória protegida por lei. Passa os meses mais frios em África e em Fevereiro faz uma viagem de milhares de quilómetros a voar até Portugal para se reproduzir. A mais pequena das cinco andorinhas que nidificam em Portugal tem a particularidade de escavar os seus ninhos em vez de os construir. Faz ninhos em colónias, escavando buracos em barrancos verticais de areia ou terra ou em areeiros na margem de rios.
Em Lousada, estas andorinhas encontraram um santuário. A Câmara Municipal anunciou que este ano Lousada foi "agraciada com a instalação de várias grandes colónias de andorinha-das-barreiras, uma delas com mais de 400 ninhos", na Paisagem Protegida Local do Sousa Superior.
"Há vários anos que o projecto local de ciência-cidadã Casa-Ninho apela à população para comunicar locais de nidificação de espécies emblemáticas como a coruja-das-torres, o mocho-galego, os andorinhões e as várias andorinhas. Os ninhos identificados são monitorizados pelos biólogos da equipa Lousada que garantem a sua salvaguarda e a sensibilização da população", lê-se em comunicado.
A dieta da andorinha-das-barreiras é sobretudo composta por insectos, que caça sobre campos, zonas húmidas e lagos. Por escavar os seus ninhos em taludes verticais arenosos ou barrentos, acaba por, momentaneamente, "beneficiar das alterações paisagísticas que derivam das actividades humanas, criando novos locais de reprodução”.
A Paisagem Protegida Local do Sousa Superior é composta por uma matriz territorial agro-florestal de 1609 hectares, que corresponde ao vale do rio Sousa e aos seus nove tributários, abrangendo oito freguesias. Alberga mais de 300 espécies botânicas e cerca de 150 espécies de vertebrados, com mais de meia centena de espécies com particular valor para a conservação – como endemismos ibéricos, espécies protegidas ou com estatuto de conservação desfavorável.
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