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O concurso internacional lançado pelo Ayuntamiento de Madrid, para criar uma circular verde em torno da cidade, já tem vencedores. É o grande compromisso ambiental da capital espanhola, com uma extensão de 75 quilómetros. Foram escolhidos cinco projectos de entre os mais de 30 apresentados, para ligar as zonas naturais e protegidas a norte (El Prado) às zonas de curso baixo dos rios Mançanares e Jarama, a sudeste.
A empreitada demorará 12 anos a ficar concluída e prevê alguns equipamentos de consolidação dos objectivos ambientais para cada área do projecto, incluindo um viveiro florestal e um centro agroecológico. O terceiro e mais importante destes equipamentos passará pela recuperação da fábrica da Arcelor, que abrigará o Centro de Restauração Ambiental de Madrid, um centro de monitorização e gestão do Bosque Metropolitano e um impulso para uma efectiva transição ecológica.
Estes são os cinco projectos vencedores do concurso, que talvez venha a inspirar outras cidades do mundo.
Aguaila Madrid Puerta de la Sierra
Ligará El Pardo às colinas de Valdelatas e Casa de Campo. Para a zona de Mançanares Norte, propõe consolidar o percurso fluvial paralelo ao curso do rio, enquanto aposta no turismo ornitológico e cultural para a zona de Valverde, promovendo a ligação com a Quinta do Duque del Arco. Na Mina del Cazador, este projecto prevê a renaturalização do entorno do olmedal que lá existe, bem como uma lagoa artificial e um jardim de plantas aromáticas. E para Valdegrulla propõe um percurso botânico com um observatório de aves pelo caminho, misturando montado e pinhal numa zona em que também existirá um viveiro.
Efecto Mariposa
Opera na região nordeste, num espaço urbano consolidado pela construção e ocupado por importantes infraestruturas de comunicações. No entanto, contém elementos de grande valor ambiental e paisagístico: El Encinar de los Reyes, o Parque Valdebebas, o Parque Juan Carlos I, o jardim El Capricho o la Cuña de O’Donnell, Vicálvaro, ou o Parque Valdebernardo. A principal acção deste projeto é uma avenida florestal de 23,82 quilómetros, que servirá como principal eixo de ligação entre todos os parques existentes e permitirá a circulação, em vias distintas, de pedestres e ciclistas.
A flor de yeso
Propõe criar um centro de investigação, formação e desenvolvimento em economia circular; uma escola profissionalizante que torne as antigas fábricas de gesso locais em espaços de formação, conhecimento e inovação; um centro agrológico; e ilhas de biodiversidade, que propõem um tratamento florestal diferenciado e particularizado para as áreas com forte presença de descargas descontroladas ou antigos aterros. Haverá ciclovias e trilhos pedestres, e serão criadas lagoas a colonizar por anfíbios na área do riacho Los Migueles.
Manantial Sur
Vão ser construídos dois tipos de reservatórios para acumular água para os períodos de Verão: pântanos e lagoas. Quanto à mobilidade, estruturar-se-á através da hierarquização de caminhos e cursos de água existentes, e da implementação de novos para a sua ligação, com dois eixos principais: a continuidade do percurso longitudinal do Bosque Metropolitano, através do pinhal que acompanha a via rápida M-45 e as conexões históricas dos cursos de água que acompanham o Arroyo de la Gavia até Vallecas; e o passeio fluvial do Mançanares.
De Mançanares a Guadarrama
O objectivo é proteger os caudais dos rios que funcionam como corredores ecológicos, promovendo o movimento de espécies animais, a dispersão de sementes e a biodiversidade. A mobilidade visa expandir o anel verde ciclável de Madrid à área metropolitana, ligando os percursos de Mançanares a Guadarrama. Serão criadas duas grandes ciclovias: o Arco do Butarque e o Arco de Guadarrama. A continuidade será feita através de ecodutos.
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