Mais de três décadas se passaram sem que as portas do número 17 da Rua Dr. Alberto Aires de Gouveia, agora baptizado de Menina Colina, se abrissem. Durante esses anos, ocultaram uma história que remonta a meados do século XIX, altura em que José Joaquim Correia, o primeiro dono desta casa, a construiu para a sua família. Tudo começou a mudar em 2017, quando quatro alemães, que se apaixonaram pela cidade, resolveram unir esforços para renovar o edifício e torná-lo acessível ao público. Um deles, Guy Lehmann, conta-nos que durante todo o processo de reabilitação tiveram em atenção a traça original da casa, que foi conservada. Daqueles tempos, mantiveram também o pé direito alto, o mármore fingido que percorre todos os andares, as portas, os estuques, as paredes e as cores. O toque de modernidade foi conseguido através do uso de tecnologia, da decoração aprimorada e de um sistema de aquecimento embutido no chão.
Hoje, existem nove suítes – todas com características únicas, dizem –, seis delas com vista para o jardim, onde vivem bonitas japoneiras centenárias. A antiga sala de música, que é possível reservar para eventos (assim como o jardim), e a clarabóia, responsável por iluminar, principalmente, o terceiro andar – mais modesto por ter sido em tempos a zona destinada aos empregados –, são outros elementos importantes do edifício, refere Maria Vítor Mota, a gerente.
Uma vez lá dentro, vai poder esquecer a confusão da cidade, graças ao excelente isolamento que permite viver momentos de tranquilidade. Mas se por enquanto é preciso estar instalado (a partir dos 90€) para poder usufruir dos espaços públicos, em breve será possível vir aqui tomar um café ou apreciar uma refeição leve. Até lá, os interessados em visitar a casa podem marcar uma hora para a conhecer, ou simplesmente aparecer. Caso haja disponibilidade, alguém lhe fará uma visita guiada e responderá às suas questões.
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