[title]
A nova linha BRT (Bus Rapid Transit) do Porto foi inicialmente desenhada para ligar as rotundas da Boavista e da Praça do Império, mas uma folga orçamental vai permitir que seja alargada até à rotunda da Anémona, em Matosinhos, com passagem pelo Castelo do Queijo. A construção da linha no Porto deverá arrancar em Junho deste ano, prevendo-se que fique operacional em finais de 2023.
O anúncio foi feito na cerimónia de assinatura do contrato de concepção e construção do percurso Boavista-Império. Durante o processo concursal, que tinha uma dotação de 45 milhões de euros, a Metro do Porto quis "dar um passo em frente" e expandir a linha até Matosinhos. A empreitada, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), deverá começar em meados de Junho, mês em que a empresa vai lançar um concurso para a extensão da linha até à rotunda da Anémona.
O prolongamento da linha contará com mais 3,5 quilómetros de operação e mais cinco estações: Antunes Guimarães, Garcia da Horta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Rotunda da Anémona. "A nossa perspectiva de colocação ao serviço [da população] é 31 de Dezembro de 2023", afirmou Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, citado pela Lusa.
No Porto, a linha de metrobus, adjudicada ao consórcio das empresas Alberto Couto Alves e Alves Ribeiro por 24,9 milhões de euros, vai desenvolver-se ao longo das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa. Perfazendo um traçado de oito quilómetros (quatro em cada sentido), contará com oito estações de superfície: Casa da Música, Bom Sucesso, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império. Segundo Tiago Braga, a estimativa de procura ronda as "11.088 validações médias diárias", com "uma frequência de dez veículos".
João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Acção Climática, sublinhou que os veículos "serão movidos a hidrogénio produzido a partir de fontes renováveis" e que haverá "todo o cuidado ambiental". "Na Marechal Gomes da Costa não se deita abaixo uma única árvore, toda aquela plataforma central é intocável", afirmou o ministro, citado no portal municipal.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, salientou que a possibilidade de prolongar esta linha "resolve os problemas de mobilidade não só da zona ocidental da cidade do Porto, mas também resolve o interface com Matosinhos". O autarca acrescenta que o metrobus vai "permitir servir muita população que vive nas margens da Antunes Guimarães, vai resolver o problema do Liceu Garcia de Orta, vai ajudar a servir o Parque da Cidade, a praia, e fazer a ligação a Matosinhos Sul".
Para Rui Moreira, é também importante que a alteração de frequência (entre a Boavista e a Praça do Império passam de dez para seis veículos por hora), "permita que os autocarros possam viver com o trânsito automóvel, o que responde a uma das fortes preocupações da população", que temia a existência de vias dedicadas ao BRT.
A nova linha de metrobus será parte do sistema de transporte da Área Metropolitana do Porto e integrará o sistema de bilhética intermodal Andante.
+ Metrobus entre a Boavista e a Foz vai custar 25 milhões de euros
+ Nova linha de metro Casa da Música - Santo Ovídio concluída em 2026