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Morreu a bailarina Mickaella Dantas, aos 34 anos

Trabalhou com a companhia Dançando com a Diferença e com a coreógrafa Clara Andermatt, passou pelo Fórum Dança e depois por Londres. Vivia agora no Porto.

Hugo Torres
Escrito por
Hugo Torres
Director-adjunto, Time Out Portugal
Mickaella Dantas
Camilla Greenwell/Candoco Dance CompanyMickaella Dantas num ensaio em Londres
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A bailarina luso-brasileira Mickaella Dantas morreu este sábado, vítima de cancro. Tinha 34 anos. “O seu profissionalismo, persistência e competência ficarão como um exemplo. Não somente pela sua dança, mas também pela sua garra e forma de ser e estar no mundo, leoa”, escreve o coreógrafo Henrique Amoedo, no Instagram. “Nos seus 34 anos de vida, abriu muitas portas, criou novos caminhos e gerou oportunidades.”

Mickaella Dantas nasceu a 2 de Agosto de 1989, na pequeníssima cidade de Cruzeta, no interior do Rio Grande do Norte, no Brasil. Desde muito nova que não tinha uma perna, amputada na sequência de um primeiro diagnóstico de cancro, aos 11 anos. No entanto, a possibilidade de trabalhar com companhias de dança inclusiva, ao lado de outras pessoas com deficiência, abriu-lhe as portas da profissão e da Europa.

Começou no Roda Viva, ainda no Brasil, e depois na companhia madeirense Dançando com a Diferença, ambas fundadas por Henrique Amoedo, hoje director artístico do Teatro Viriato, em Viseu. Em Portugal, Mickaella passou pelo Fórum Dança, em Lisboa, trabalhou com Paulo Ribeiro, com Clara Andermatt e fez circo. Em 2017, foi para Londres, onde esteve cinco anos como parte do elenco da Candoco Dance Company, também dedicada à dança inclusiva.

O derradeiro diagnóstico de cancro surgiu em 2022. Morreu este sábado, 10 de Fevereiro, no Hospital de São João, no Porto, para onde entretanto se havia mudado. “O cancro, que conheceu de perto aos 11 anos e que em diferentes momentos habitou o seu corpo, desta vez, tirou-a de nós, levando também a sua (e um pouco da nossa) dança”, escreve ainda Henrique Amoedo, na mesma publicação. “Obrigado por tudo, querida Mickas.”

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