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Alexandre Amorim era um dos mais conhecidos, antigos e carismáticos músicos de rua do Porto e era comum vê-lo a tocar na rua de Santa Catarina. Foi um dos protagonistas do documentário Por Detrás da Moeda, de Luís Moya, e um dos fundadores dos Pippermint Twist, grupo que nos anos 80 “partilhou o top de vendas com os Xutos & Pontapés”, lê-se num comunicado enviado às redacções, esta sexta-feira, pelo Cine-Clube de Avanca. O músico morreu na quarta-feira, 22 de Maio, num banco de jardim da Praça da República, aos 65 anos.
“Só quem privava com o Alex [Alexandre Amorim] ou assistiu ao filme Por Detrás da Moeda sabe e conhece o grande HOMEM que o mundo perdeu hoje. Um verdadeiro artista com um grande coração, genuíno em todos os sentidos, que deixará muita saudade. Aprendi muito com ele, tanto como pessoa quanto no campo da música”, escreveu Luís Moya na página de Facebook dedicada ao filme. “Alex completou 65 anos no sábado. Que esta homenagem e as boas memórias fiquem para sempre eternizadas no meu filme. Estará agora no céu com a sua guitarra a dar música a todos que lhe querem o bem”, acrescentou.
Produzido pela Filmógrafo e pelo Cine Clube de Avanca, Por Detrás da Moeda foi o primeiro filme português a ser distinguido com o Prémio do Público do Fantasporto, na edição de 2020. Por causa da pandemia, viria a estrear nas salas de cinema apenas em 2022. O documentário recebeu ainda prémios em festivais no Brasil, no Botão, nos EUA, na Índia, em Itália, no México e no Reino Unido.
“Acompanhado da sua guitarra, de voz rouca, Alexandre Amorim passa pelo filme e pela cidade como um vento de liberdade e paixão”, descreve-se na mesma nota, que destaca a sua “marcante e emotiva presença no ecrã. De sorriso rasgado, humilde, genuíno”, que “cria uma forte relação com os espectadores, despertando empatia e emoção”.
O filme, uma homenagem à cidade do Porto e aos seus músicos de rua, debruça-se sobre a dureza das suas condições de vida, e conta ainda com a presença do cantor Nuno Norte, vencedor da primeira edição do programa Ídolos, e do baixista Miguel Cerqueira, fundador dos Trabalhadores do Comércio.
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