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Num ano em que os casos de discriminação racial e violência policial contra negros dispararam, pondo a claro o sistema racial, etnocêntrico e xenófobo que rege a nossa sociedade, é cada vez mais fundamental escrutinar o papel de indivíduos e instituições na perpetuação de discursos e comportamentos de ódio e discutir alternativas para combatê-los. É esse o propósito da Mostra Internacional de Cinema Anti-Racista (MICAR), festival de cinema organizado pela SOS Racismo que regressa para a sua sétima edição de 2 a 4 de Outubro, no Teatro Rivoli.
É sob o tema “Racismos e variações eurocêntricas: da invisibilidade à pluralidade” que o MICAR se propõe a contribuir para o debate sobre o racismo e a xenofobia. Embora com programação encurtada, devido às circunstâncias actuais, o festival vai abordar “os léxicos e gramáticas, nomeadamente as praticadas no sistema de ensino, pelas forças de segurança e de controlo de fronteiras, pelos tribunais e serviços judiciais e ainda pelos organismos institucionalmente responsáveis pelo combate à discriminação e pela integração”, descreve o texto de apresentação.
As quatro sessões, cada uma com uma longa-metragem e uma curta-metragem, vão discutir, ainda, “o papel desempenhado pela cultura e pelos media” na normalização de comportamentos de violência e incitamento ao ódio no espaço público e político. A par da discussão de problemas, a MICAR quer procurar soluções para “a construção de uma sociedade igualitária, que permita a integração efectiva, a participação e a mobilidade e cidadania plena a todas e todos”.
As sessões incluem filmes como Eu não sou Pilatus (2019), de Weklet Bungué, que incide sobre o caso de violência policial no Bairro da Jamaica, em Lisboa, em Janeiro de 2019; What you gonna do when the world is on fire (2018), documentário de Roberto Minervini que aborda as relações raciais em várias comunidades do sul dos Estados Unidos, ou Show Me Democracy (2017), longa-metragem de Dan Parris que acompanha sete estudantes universitários de St. Louis que se tornam activistas após o caso de violência policial em Ferguson. O programa completo pode ser consultado aqui. A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete.
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