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Ainda sem data de estreia em Portugal, 1618 é o filme português mais premiado de sempre, com mais de 50 prémios internacionais arrecadados em festivais de cinema. Vai ser exibido gratuitamente esta quinta-feira, dia 31 de Março, Dia Nacional da Memória das Vítimas da Inquisição, no Museu Judaico do Porto, às 19.00.
O filme histórico, realizado por Luís Ismael, é baseado em acontecimentos verídicos e retrata um episódio da Inquisição no Porto. “Em 1618, Matos de Noronha, Visitador da Inquisição, dirige-se para a cidade, numa carruagem escoltada pela sua guarda. Muitos cristãos-novos são suspeitos de terem praticado heresias judaizantes. António Álvares, mercador e filantropo respeitado pelas gentes do Porto, é o alvo primeiro da Visitação. A fuga parece ser o seu único caminho”, lê-se em comunicado.
Prisões arbitrárias, denúncias anónimas, medo e desconfiança constantes contribuem para um clima de terror instalado na cidade, pondo em “causa a convivência salutar entre cristãos-velhos e cristãos-novos”. Mas eis que a Inquisição encontra no Porto um caso de resistência por parte de Diogo Sousa, Presidente do Tribunal da Relação, que ordena o cerco do Tribunal Eclesiástico, por guardas a cavalo.
Pensa-se que este tenha sido um caso único no mundo de resistência ao Tribunal do Santo Ofício por parte das autoridades municipais, judiciárias e religiosas de uma cidade. Segundo o historiador Jorge Martins: “a importância dos judeus do Porto ao longo dos séculos levou as autoridades locais, em sua defesa, a fazer frente ao inquisidor. Este filme é uma epopeia que faz jus ao resgate da memória dos judeus portugueses”.
Realizado em Portugal, contou com uma grande produção e nomes sonantes no elenco, como Pedro Laginha, Catarina Lacerda, Francisco Beatriz, Mafalda Branqart, Heitor Lourenço, Pompeu José, entre outros. A entrada é gratuita, mas limitada a 50 lugares.