[title]
Adjacente à dinâmica rua de Santa Catarina e ligada ao renovado Mercado do Bolhão, a rua Alexandre Braga está no meio de tudo, mas pede mais vida. O comércio tradicional tenta ganhar fôlego e, nas várias áreas de negócio, a esperança numa revitalização permanece, mas tarda a tornar-se realidade. Foi a pensar nesta premissa que um grupo de comerciantes decidiu meter mãos à obra e formar o Comité de Dinamização Comercial do Quarteirão do Bolhão, com várias iniciativas para revitalizar e dinamizar a rua Alexandre Braga, a "mais portuguesa do Porto", dizem.
"A pretensão que esta rua se tornasse uma extensão do circuito comercial do eixo da Rua Santa Catarina tarda a tornar-se uma realidade, o que aliado à perda de atractividade da zona, principalmente, para o cliente nacional, tem desmotivado e desanimado os comerciantes que se sentem sozinhos”, revela o comité em nota de imprensa. Acrescentam também que a rua Alexandre Braga “perdeu significativamente a sua actividade comercial derivado ao extenso tempo das obras do Mercado do Bolhão”.
O comité é constituído, para já, por seis estabelecimentos parceiros, movidos “por uma profunda crença e vontade” em manter a actividade do comércio de produção nacional no centro histórico do Porto. São eles a Oliva & Co, a Ginja Mariquinhas, a Teastore, a Bolhão a Gosto, o Leitão do Zé e a Económica do Bolhão.
O objectivo é também fazer face à “crescente percepção social da perda de identidade e consequente falta de competitividade”, sendo que a rua Alexandre Braga, que desde 2023 passou a ser pedonal, tem “uma profunda beleza que deve ser apreciada, com um perfil arquitectónico preservado e de elevado valor no qual harmoniosamente se espelham diferentes camadas da evolução do urbanismo portuense".
Um roteiro da “rua mais portuguesa do Porto”
A primeira iniciativa deste grupo passou pela criação do “Roteiro da Rua Mais Bonita do Bolhão, a Rua Mais Portuguesa do Porto”, destinado tanto ao público nacional como a estrangeiros e turistas. Numa primeira fase, o roteiro inclui seis casas comerciais que trabalham o produto nacional – “desde a ginjinha, a gastronomia portuguesa, a cortiça e o artesanato, o chá português, o azeite e produtos da fileira da oliveira e o leitão da Bairrada”.
Para promover este roteiro, vai ser distribuído um passaporte que permite o acesso a provas e degustações gratuitas ou a um desconto na compra dos produtos assinalados. “A pensar principalmente no residente do Porto, quando todos os campos do passaporte estiverem carimbados, o participante obterá um desconto vitalício nas compras nas casas aderentes”, acrescenta o grupo.
Em breve, o objectivo é que o roteiro seja alargado a mais comerciantes, vindos de várias ruas do quarteirão do Bolhão além da rua Alexandre Braga, como a rua Fernandes Tomás, a rua Sá da Bandeira, a rua Formosa, a rua do Bonjardim, a rua do Bolhão, a rua Firmeza, a rua Passos Manuel e a rua de Santa Catarina.
O Comité de Dinamização Comercial do Quarteirão do Bolhão pretende ainda avançar com outras iniciativas, como instalações artísticas, concertos e jogos tradicionais e também “a negociação de preços atractivos para estacionamento na zona”, dependendo de autorizações por parte da autarquia do Porto.
+ Na Quinta de Soalheiro o Alvarinho vindima-se em família
+ Génio de uma arte maior. Torre dos Clérigos recebe exposição com a cerâmica de Picasso