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Vem importado de Malta, mas foi pensado na Índia. Depois do sucesso do Calico na ilha, em Novembro do ano passado chegou a altura de trazer esta “jornada gastronómica através dos sabores e tradições da histórica rota das especiarias” para o Porto, para a zona da Boavista.
O espaço, onde anteriormente funcionava o restaurante e bar Marmorista, está agora mais colorido e airoso, pintado de vermelho, com sofás e tapetes multicor e muitos adornos indianos, todos importados com a ajuda de Amruda Nair, a empreendedora indiana líder do projecto. Tem capacidade para cerca de 80 pessoas, número que aumentará na Primavera e Verão, com a ajuda das duas esplanadas.
Por enquanto, o interior, formoso e elegante, e o frio que se sente lá fora convidam-nos a sentar e desfrutar da refeição num dos muitos sofás amarelos da casa. Daqui, pode observar em primeira mão a confecção dos pratos, já que a cozinha é aberta e está posicionada no centro da sala.
Ao almoço, o Calico funciona por menu fixo (18€), que muda semanalmente. Este foi o método que António Arnaud, gerente do espaço, julgou mais benéfico, já que, “a esta hora, os clientes são mais da área; muitos vêm em almoços de trabalho e preferem algo mais rápido”. António, que vive no Porto há cerca de seis meses, fala-nos da simpatia que tem sentido do povo portuense, tanto na vida pessoal, como no restaurante. “Sem grande promoção, noto que as pessoas têm vindo por interesse próprio. Até já temos alguns clientes habituais”, conta.
Uma jornada pela rota de especiarias
A pensar na clientela abrangente, o gerente e a equipa decidiram que a carta seria polivalente. Fiel às raízes, a sua maior influência é a Índia, claro, mas também há sabores portugueses e brasileiros presentes ao longo de todo o menu, incluindo o semanal de almoço. Esta polivalência reflete-se, inclusivamente, no nome do restaurante, como nos explica a gerência. “Calicô é um tecido indiano da cidade de Calecute, onde Vasco da Gama desembarcou”, conta António, “aqui queremos honrar a diversidade culinária e cultural que este acontecimento despoletou.”
Nesta semana, a proposta de almoço era sopa de legumes ou sopa de lentilhas para entrada; caril de frango com côco, masala de linguiça ao estilo goês ou arroz salteado para prato principal e cheesecake ou tiramisú para sobremesa.
Mas, se estiver a pensar em visitar o espaço à hora de jantar, o gerente propõe uma experiência diferente. “Queremos ajudar a diversificar a oferta desta zona da cidade, por isso apostamos bastante no bar”, diz-nos. Em frente ao balcão, que é largo e exibe dezenas de bebidas, há um espaço amplo, destinado ao convívio e à dança, quando, ao fim-de-semana, o DJ entretém as noites até à 01.00.
Além dos clássicos, o Calico sugere uma série de cocktails de assinatura, catalogados numa mini-banda desenhada apelidada de “Calico Chronicles — Cocktails of the High Seas”, em referência ao conceito do restaurante. “Cada cocktail é baseado num pirata ou navegador famoso — real ou fictício”, conta António. O “Tulsi Basil Sacred” (14€), por exemplo, é inspirado no pirata inglês Charles Vane e contém Gin Mare, manjericão, vermute e azeite de manjericão.
Depois do brinde inicial, há muito para explorar na carta de jantar. Não fosse este um restaurante de influência indiana, o pão naan — com (4,50€) ou sem (3,50€) alho — é quase obrigatório, mas há mais para provar nas entradas. Na linha indiana, conte com espetada de cordeiro (13€), salmão tandoori (14€), brócolos assados com chutney verde (8€) e croquetes de ervilha com molho de tamarindo (7€). Já na portuguesa, recomendam-se os lingueirões do Algarve com alho e salsa (14€).
Já pelos pratos principais, destacam-se o biryani de chouriço e camarões (22€), o caril de alcatra (21€), o chambão de cordeiro (28€) e o clássico butter chicken (16€). Para os mais conservadores, há posta de bacalhau (22€), corvina grelhada com molho de maracujá (26€) e picanha em sashimi (28€). Para adoçar e finalizar, a casa sugere os típicos bolinhos indianos gulab jamun (8€), cheesecake (8€) e brownie (8€).
Além do espaço principal, o Calico disponibiliza também uma sala privada para jantares de grupo, reuniões ou apresentações. Planos para a abertura de um segundo espaço, em Lisboa, já estão em curso. Por enquanto, o espaço portuense é filho único e conta com uma série de eventos temáticos na agenda, incluindo a Bollywood Night, um evento com um menu diferente, planeado e confeccionado pelo chef goês Peter Noronha, e danças indianas ao vivo.
Rua da Meditação 70. 915 528 347. Ter-Qua 12.00-23.00. Qui 12.00-24.00. Sex-Sab 12.00-1.00.
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