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Ele é de Braga, ela do Porto. Carla e Paulo Gonçalves são casados há mais de duas décadas e rapidamente deram o nó no mundo dos negócios também. Depois de passagens por lojas, pela vida de feirantes, pelas limpezas e pelo alojamento turístico, chegou a altura de se aventurarem por um caminho popular, mas até então desconhecido dos dois: a restauração.
“Este era um sonho do Paulo há já vários anos, mas eu nunca alinhei, que não adoro cozinhar”, conta-nos Carla. Ao entrarmos no DUX Gastropub por volta da hora de jantar, é ela quem nos recebe e nos leva a conhecer os cantos à casa. No cantinho mais escondido — a cozinha, ao fundo —, Paulo recebe-nos calorosamente, enquanto ajuda na preparação dos jantares e petiscos. “Então, vieram conhecer o estaminé?”, atira.
Lá fora, vários residentes da zona assistem, entusiasmadamente, a um jogo de futebol na televisão. O DUX abriu no final de Maio, bem a tempo do Euro 2024, e foi logo um êxito na vizinhança. “Faltava aqui um lugar para as pessoas se juntarem”, diz-nos Paulo.
No início deste ano, o casal adquiriu o poder de administração do edifício. Em cima, empreendimento turístico, em baixo, restaurante e bar, mas só depois de muita discussão. “Eu tinha muito receio, mas lá me fui envolvendo”, conta-nos Carla. “Ainda pensámos em fazer uma pizzaria, mas acabámos por optar pela comida que gostamos mais”.
Ambos fãs de francesinha, Carla e Paulo contam-nos sobre as que julgam ser as melhores da cidade (off the record) e falam um pouco sobre a génese deste prato. A gerente está até num grupo de Facebook “só de amantes da francesinha” e critica os puristas que por lá vai encontrando. “Temos de ir mudando as coisas, senão fica tudo igual”, acrescenta.
É por isso que, no DUX, quiseram inovar. Foram buscar inspiração à receita original da francesinha, às de família e àquelas que conhecem e adoram. O segredo do molho não se partilha, mas as carnes “são do melhor que há”, entregues directamente por um produtor de confiança. No entanto, a chave da diferença está na sua cobertura: massa folhada (13€). A batata frita é caseira e biológica, vinda dos terrenos da família, e já está incluída.
“É definitivamente a nossa maior atracção”, revela Carla. Mas há outras, igualmente boas, incluindo a francesinha tradicional (13€), para os menos aventureiros. A posta barrosã (27€) e o costeletão de novilho transmontano (27€) também chamam a atenção, assim como os hambúrgueres de carne da vazia com queijo flamengo (12,50€), com queijo azul (13,50€) ou de frango com queijo cheddar (11,50€).
Comer à grande e à portuguesa não é a única opção. Também se bebe bem. À pressão há Estrella Galicia (1,50€), mas o leque de propostas é vasto, desde as cervejas mais conhecidas, às artesanais, sem esquecer os vinhos e os cocktails clássicos. “Tivemos de fazer um workshop antes de abrir e continuamos a aprender todos os dias” diz-nos Carla. Mas uma receita o casal já tem aperfeiçoada: a da sua sangria, caseira, fresca e doce. Um jarro custa entre 18€ e 24€; a copo varia entre 5,50€ e 6,50€. E pode ser de frutos vermelhos, maracujá, tropical, tinta, branca ou rosé. Há também promessas de um vinho da casa, em breve.
E, caso venha lanchar ou petiscar, têm várias opções de snacks para acompanhar as bebidas. As tábuas de queijos e enchidos (27€-37€) são muito recomendáveis; há prego no pão (5€), cachorrinho (5€) e ovos rotos (7€). Se quiser adoçar o bico, conte com doce da casa, mousses e cheesecake (6€). Tudo caseiro e confeccionado com cuidado pela própria Carla.
Ao longo da noite, entre copos, conversa-se animadamente sobre tudo. “Gostamos deste ambiente relaxado, sem pressas”, diz-nos Paulo. “Queremos é ver as mesas cheias de pessoas a comer bem e a falar”.
Em breve haverá um balcão alto, na entrada, “para que ninguém tenha de ficar de copo na mão” e o menu de Outono também já está a ser preparado e inclui opções vegetarianas.
R. do Duque de Saldanha 79, Porto. 913 897 777. Dom/Ter 16.00-00.00. Qua-Sab 12.00-00.00.
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