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A Casa de Serralves reabriu este ano, após a conclusão das obras de recuperação e adaptação, num projecto assinado pelo arquitecto Álvaro Siza. O projecto envolveu a renovação de estruturas e revestimentos, para acolher exposições como a Colecção Miró, que pode agora ser vista a partir de 9 de Outubro e até 6 de Março do próximo ano.
A nova exposição Joan Miró - Signos e Figuração foi concebida a partir da colecção de 85 peças do artista, propriedade do Estado português, à guarda do Município do Porto e em depósito em Serralves. Engloba pinturas, esculturas, colagens, desenhos e tapeçarias, abrangendo seis décadas de trabalho do mestre catalão, de 1924 até 1981, constituindo assim "uma excelente introdução à sua obra e às suas principais preocupações artísticas", lê-se no site de Serralves.
A exposição não segue um formato cronológico ou linear – as obras estão agregadas tematicamente, tentando dar "uma visão holística do percurso do artista". As várias salas abordam diferentes aspectos da sua arte: o desenvolvimento de uma linguagem de signos, o encontro do artista com a pintura abstracta que se fazia na Europa e na América, o seu interesse pelo processo e pelo gesto expressivo, as suas respostas ao drama social dos anos 1930, a inovadora abordagem da colagem, o impacto da estética do sudoeste asiático na sua prática do desenho e a sua curiosidade pela natureza dos materiais.
Após a nacionalização do antigo Banco Português de Negócios (BPN), esta colecção de Joan Miró ficou na posse do Estado português, que as cedeu ao Município do Porto durante 25 anos. À Câmara do Porto caberia a responsabilidade de protecção, conservação, divulgação e promoção cultural das obras. Na visão da autarquia, a Fundação de Serralves seria a única entidade na cidade com capacidade técnica para assegurar esses propósitos.
Ficou assim acordado que a colecção ficaria na Casa de Serralves e que o Município pagaria, anualmente, o valor de 100 mil euros. O mesmo acordo definiu o financiamento de até um milhão de euros para obras de ampliação, remodelação ou conservação deste espaço, de modo a garantir as condições para a permanência da exposição. As obras de Joan Miró foram mostradas pela primeira vez na Casa de Serralves em 2016. Em 2020, foram classificadas como bens de interesse público.
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