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Nova temporada do Teatro Nacional São João traz seis estreias e um regresso

A programação começa com a estreia de ‘Homens Hediondos’ e conta com oficinas de dramaturgia, lançamento de livros e visitas guiadas. Em 2025, o São João fecha para obras.

Jornalista
Teatro Nacional São João
@ TunaTeatro Nacional São João
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Uma programação “em aberto, feita para ser questionada e completada pelo público” e não apenas “parcelada em soundbites ou em desejos”. Nuno Cardoso apresentou a programação da nova temporada do Teatro Nacional de São João (TNSJ), do qual é director artístico, com a certeza de que o teatro vai além de uma categorização restrita e que permite “que o espectador também se sinta co-autor”. Até Dezembro, o TNSJ traz a palco seis estreias absolutas, entre as quais duas produções próprias e quatro co-produções, bem como um conjunto de actividades para assinalar os 500 anos do poeta Luís de Camões, uma Conferência Internacional de Dramaturgia e o regresso da peça O 25 de Abril Nunca Aconteceu.

A programação arranca esta quarta-feira, 11 de Setembro, no Teatro Carlos Alberto (TeCA), com a estreia do monólogo Homens Hediondos, de David Foster Wallace, uma encenação de Patrícia Portela com interpretação do director artístico da casa. Quem são os homens hediondos? “Somos todos nós. Sou eu quando tenho medo de alguém à noite ou quando digo uma coisa disparatada sobre outra pessoa que não conheço, é a senhora quando, de repente, está no corte e costura. Somos uma fila indiana, temos os defeitos às costas, as virtudes ao peito e não conseguimos sair disso e, portanto, hediondos somos todos. Não há santos”, responde Nuno Cardoso, à margem da apresentação da nova temporada do TNSJ. A produção fica em cena até 14 de Setembro.

Nuno Cardoso volta a assumir a encenação das produções próprias com o regresso de As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, ao palco do Teatro São João, entre 26 de Setembro e 6 de Outubro. Já entre 21 de Novembro e 8 de Dezembro leva à cena, com o elenco residente do TNSJ, O Pelicano, do dramaturgo sueco August Strindberg, numa peça que retrata os conflitos e as mudanças que ocorrem numa família no seguimento da morte do pai. 

"Homens Hediondos" é um monólogo protagonizado por Nuno Cardoso
@ Tuna"Homens Hediondos" é um monólogo protagonizado por Nuno Cardoso

Estreias, co-produções nacionais e um regresso

Uma das estreias absolutas é a co-produção Antígona, um espectáculo do Teatro Praga, com texto original de André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes, que vai estar em cena no TeCA de 19 a 22 de Setembro. Segue-se a estreia de outra co-produção, As grandes comemorações quase oficiais do período habitualmente conhecido como PREC (Processo Revolucionário em Curso), com encenação de Gonçalo Amorim. O espectáculo co-produzido com o Teatro Experimental do Porto e a ASSéDIO estará em cena no TeCA, de 3 a 6 de Outubro. 

Em Novembro, estreia, em parceria com o Teatro do Bolhão, a adaptação para a cena da mais célebre obra do escritor Camilo Castelo Branco. Amor de Perdição, com encenação de Maria João Vicente, é um espectáculo dirigido a alunos do 3.º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, e vai estar em cena de 31 de Outubro a 10 de Novembro no Teatro Carlos Alberto. Na República da Felicidade, do dramaturgo britânico Martin Crimp, é outra das estreias, uma co-produção com o Teatro da Rainha que vai subir ao palco de 22 a 24 de Novembro no TeCA. 

A programação conta ainda com a apresentação do espectáculo internacional Rei Édipo, de Sófocles, nos dias 18 e 19 de Outubro, no TNSJ. No mesmo mês, o Festival Internacional de Marionetas do Porto volta a ter palco no TNSJ, com dois espectáculos e uma exposição. Destaque ainda para o regresso da peça O 25 de Abril Nunca Aconteceu, em co-produção com o Teatro Palmilha Dentada, de 12 a 20 de Dezembro, no TeCA. A programação até Dezembro inclui ainda conversas, lançamento de livros, visitas guiadas e uma oficina de dramaturgia (9 de Setembro a 9 de Dezembro) e pode ser consultada na página oficial do TNSJ.

Teatro São João fechado para obras em 2025 

Além da apresentação da nova temporada, Pedro Sobrado, que voltou em Junho a ocupar o cargo de presidente do conselho de administração do TNSJ, revelou que foram aprovados projectos de melhoria de eficiência energética para três edifícios, o que vai implicar que dois deles – o Teatro Nacional São João e o Mosteiro de São Bento da Vitória – sejam encerrados temporariamente no próximo ano para que os trabalhos sejam realizados. 

“O Mosteiro de São Bento da Vitória vai estar encerrado praticamente durante todo o ano de 2025, entre Fevereiro e Dezembro, e o Teatro São João estará encerrado ao público durante um período relativamente curto, entre Maio e o final de Setembro ou primeira semana de Outubro”, explicou. Os projectos tiveram um investimento de quase quatro milhões de euros, a partir de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Outra das novidades anunciadas por Pedro Sobrado durante a conferência de imprensa foi um projecto de responsabilidade social, a ser feito em 2025, e com a colaboração de outras entidades, para promover a integração de pessoas em situação de sem-abrigo ou de emergência social. O responsável relembrou que “as portas de emergência na envolvente do exterior do edifício do TNSJ servem de morada muito precária para um conjunto de pessoas” e que a situação, além de ser “um problema de segurança” é “antes de mais um problema social e um problema humano”. Os detalhes do projecto serão revelados em breve. 

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