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O 40º aniversário do Fantasporto celebra-se com 13 dias de festa

Escrito por
Patrícia Santos
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Foi à mesa do Café Luso, na Praça Carlos Alberto, que nasceu aquele que se viria a tornar num dos mais importantes e prestigiados festivais de cinema: o Fantasporto. Corria o ano de 1980 e sentados frente a frente estavam Beatriz Pacheco Pereira, Mário Dorminsky e o pintor José Manuel Pereira. Os primeiros com vontade de mostrar filmes e o terceiro com o desejo de expor os seus quadros. O festival, ao qual se juntou depois António Reis, estreou em 1981.

Desse ano até aos dias de hoje passaram-se quatro décadas que ficaram marcadas pelo acesso imediato às maiores produções europeias e a muitos filmes norte-americanos; pela introdução dos filmes da Nova Zelândia e da Coreia do Sul na Europa; e pelo facto de, “sem rejeitar o cinema de baixos orçamentos, de produção independente ou experimental”, ter servido sempre de montra a “técnicas de vanguarda e do melhor que se faz em cada país”, lê-se no site do festival.

Para o 40º aniversário, a iniciativa planeou 13 dias de festa, ao longo dos quais serão prestadas homenagens e recordados “os grandes nomes do cinema que o Fantas catapultou para o estrelato”, assim como as grandes personalidades da sétima arte que têm passado pelo festival. Este ano, a iniciativa realizar-se-á no Teatro Rivoli, de 25 de Fevereiro a 8 de Março, e, apesar de funcionar como momento de transição para uma nova equipa, que ainda incluirá os seus fundadores, mantém a estrutura competitiva, exibe grandes clássicos e as mais recentes novidades. Saiba tudo.

A ABERTURA

A antestreia mundial de Adverse, um thriller do americano de origem asiática Brian A. Metcalf, assinala o arranque desta edição. Adverse, com os veteranos Mickey Rourke (The Wrestler), Sean Patrick Astin (Lord of the Rings) e Penelope Ann Miller (Carlito’s Way) nos principais papéis, acompanha a história de um motorista que, para salvar a irmã, tem de se infiltrar num perigoso grupo criminoso, sob a indicação de um dos seus passageiros. Para ver às 21.00 de dia 28, no Grande Auditório. Mais tarde, às 23.15, será projectado A Night of Horror: Nightmare Radio, película produzida pelos irmãos Nicolás e Luciano Onetti. O filme centra-se em Rod, um apresentador de rádio com um programa de histórias de terror, para quem as coisas se complicam quando ouve uma criança a pedir ajuda.

FANTAS CLASSICS

Como já é habitual, os clássicos não foram esquecidos. Blade Runner, de Ridley Scott (1982); Bram Stoker’s Dracula, de Francis Ford Coppola (1992), baseado no livro Drácula, de Bram Stoker; e Raging Bull, de Martin Scorsese (1980) são para rever. O primeiro, de ficção científica, conta a história de um polícia que tenta capturar um grupo de clones evadidos; o segundo apresenta “uma sumptuosa versão da vida do vampiro aristocrata”, e o terceiro debruça-se sobre a história real de Jake La Motta, um pugilista famoso. As exibições estão agendadas para os dias 25, 26 (às 21.15) e 27 (às 20.15), respectivamente, e vão ter lugar no GA.

SEMANA DOS REALIZADORES

Além de Adverse, filme de abertura do festival, a Semana dos Realizadores inclui obras como Bring Me Home, de Seung-Woo Kim (dia 29 às 21.15), em antestreia europeia; In the Name of The Mother, de Joel Lamangan (dia 5 às 17.00), em antestreia mundial; Una Chica Invisible, de Francisco Bendomir (dia 1 às 18.45), em première internacional; e Immobilia Crime Story, de Khaled al Hagar (dia 4 às 23.15). Os filmes chegam da Coreia do Sul, Filipinas, Argentina e Egipto. Bring Me Home desenrola-se em torno de uma mãe que procura o filho desaparecido e que acaba a descobrir uma história de escravidão e abuso. Em In the Name of The Mother, uma viúva vê-se subitamente responsável, após o suicídio do marido que a deixara por outra, a cuidar de todos: dos três filhos e da amante. Já Una Chica Invisible acompanha o episódio em que um ex-namorado pede a um hacker para instalar câmaras no apartamento da mulher. Por fim, Immobilia Crime Story reflecte sobre a solidão causada pelas novas tecnologias.

CINEMA PORTUGUÊS

A projecção de Por Detrás da Moeda, de Luís Moya (dia 29 às 16.45), no Pequeno Auditório, assinala o arranque da secção oficial prémio de cinema português. Trata-se de um documentário sobre músicos de rua do Porto e o projecto Pippermint Twist, banda de rock da década de 80. Ao longo de toda a semana será possível assistir a mais de 50 filmes inéditos, entre longas e curtas-metragens.

ESPAÇO FANTAS

Nem só de filmes vive o festival. Há exposições de artes plásticas, apresentações de livros, workshops e conferências com os convidados (piso 3 do Rivoli).

ENCERRAMENTO

A exibição de 40 Anos de Fantasporto (dia 6 às 16.45 no PA e dia 7 às 17.30 no GA), um documentário inédito de Isabel Pina que “relembra os anos passados, o turbilhão do público, a relevância dos convidados, as caras habituais da equipa, os participantes e jornalistas, os projeccionistas e os casos de um festival”, marca o fim da edição. Para realizar a obra, Isabel entrevistou dezenas de pessoas ligadas ao evento, dos fundadores aos realizadores e profissionais que aqui iniciaram as suas carreiras, e visitou lugares, como o Café Luso, claro.

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