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O policial erótico O Clube, que tem como pano de fundo uma casa nocturna da capital onde o sexo se mistura com negócios e política, está de volta à OPTO SIC para uma quarta temporada. Um caso de sucesso do streaming nacional, com uma quinta temporada já confirmada, num argumento recheado de mistério e cenas audazes. De regresso está a personagem interpretada por Margarida Vila-Nova e há uma nova ronda de caras conhecidas que se estreia neste enredo, como Júlia Palha, Mariana Pacheco, Inês Pires Tavares, Ivo Lucas, Soraia Tavares, Sofia Arruda, João Jesus, Renato Godinho e Pedro Hossi. A realização continua a cargo de Patrícia Sequeira (Rabo de Peixe) e o argumento nas mãos de João Matos (Salgueiro Maia – O Implicado), numa produção da Santa Rita Filmes.
Num grande armazém localizado nos estúdios de cinema Contra Campo, em Loures, as luzes fintavam um ambiente nebuloso, a meia-luz, num cenário onde Patrícia Sequeira ensaiava a dança entre equipa técnica e um conjunto de actores que filmavam uma das cenas da nova temporada de O Clube. Estávamos na Sala VIP do estabelecimento ficcional, um dos novos espaços do argumento, onde Maria (Vera Kolodzig) regressa ao Clube como gerente, apoiada pelos velhos aliados Viana (José Raposo) e Michele (Luana Piovani). Uma das inovações da nova responsável é precisamente a criação dessa Sala VIP, um espaço de acesso limitado, “onde mulheres bonitas, escolhidas a dedo, giram uma roleta que tem apenas duas cores, vermelho ou preto, e assim são escolhidas pelos seus clientes e os levam para boudoirs privados, onde tudo é possível”, descreve a SIC. Mas à Time Out Vera Kolodzig levanta mais um pouco do véu sobre a nova fase da sua personagem. “Comecei por ser acompanhante de luxo do Clube, e entretanto fui subindo na carreira, também por causa das relações com alguns clientes. Entretanto cheguei a um ponto em que fico com a gerência e há coisas que poderão vir a correr mal.”
Pouco foi relevado sobre os novos mistérios de O Clube, mas sabemos que há um assassino em série à solta, procurado por Marques, inspector-chefe da Polícia Judiciária interpretado por Renato Godinho (Ao Largo). “Seria de esperar que estivéssemos perante um homem do lado certo da lei, da moral e dos princípios, mas nem sempre é assim. Há esta subvida que ele gosta de levar, gosta de sucumbir aos seus prazeres, mas não diria que ele é um vilão típico ou um homem de má rês, com uma natureza negativa. Tem um sentido forte de justiça, mas que, lá está, tem uma moral muito gelatinosa, muito flexível”, descreve o actor, para quem a existência de um assassino em série é “um appetizer incrível”.
O argumentista, João Matos, explica que para estas duas temporadas, encomendadas em simultâneo pela SIC, subiu a “intensidade e o ambiente”. E recorda o arranque desta história. “Quando se pensou em escrever uma série sobre um clube nocturno de Lisboa, partiu-se logo do princípio que era necessário perceber qual era a realidade. Fazer bastante pesquisa e ir ao terreno, para depois poder escrever uma história que tivesse esta força e esta intensidade, mas que também tivesse uma densidade dramática que a suportasse. E esse trabalho foi super importante logo na primeira temporada. O que depois se vai alterando é – sem perder o foco, porque a personagem principal é o clube – ir percebendo quais são as personagens que podem ter um maior protagonismo, um maior desenvolvimento de história em cada temporada.”
De regresso igualmente está Margarida Vila-Nova no papel de Vera, após uma ausência na terceira temporada, “um prémio para o público” e também “um prémio para a história”, sublinha o argumentista. A actriz conta à Time Out que "não estava à espera de regressar a casa”, uma referência à série e ao estúdio onde há mais de 20 anos gravou a telenovela Fúria de Viver, que tinha Patrícia Sequeira no leme da realização. “Acho que esta temporada está extremamente bem cozinhada, tem um enredo forte entre o suspense, a relação entre personagens, os segredos que vão sendo desenrolados a cada episódio, a densidade de cada cena. Entusiasma-me bastante o percurso da Vera, há um volte-face na personagem, que está na mó de baixo a pedir trabalho, porque a vida não foi fácil. Regressa, começa a trabalhar como bartender no Clube, e do balcão vai controlando e percebendo todos os esquemas, todas as acções, todos os golpes”, revela.
Fora do que é hábito no audiovisual português (com algumas excepções), a série O Clube tem sido consecutivamente renovada. Na opinião de Patrícia Sequeira, o segredo passa pela diferença e a ousadia. “Em Portugal não tenho memória de alguma coisa assim tão ousada. Depois, a forma como nós também embalámos a estética, a luz, o acting, acho que tudo isso contribuiu. Mas foi um fenómeno, porque o que agarra as pessoas naturalmente é o mistério, mas é também muito esta parte de um erotismo e de uma novidade que eu acho que ninguém estava à espera. Em Portugal quando se faz esse tipo de coisas ou não vamos tão longe ou a estética não é tão interessante”, defende. E explica a linha que separa o erótico do pornográfico. “Eu nunca, de modo algum, queria que resvalasse. Isto tem muito a ver com a manipulação, com aquilo que as pessoas acham que estão a ver e que na verdade não estão. É muita sugestão, é manipulação e isso foi o que me encantou enquanto realizadora.” Sequeira avança ainda que a quarta e a quinta temporadas funcionam como “um bloco” e que o público pode esperar um “fecho interessante e um gancho forte” no último episódio da que se avizinha. A quarta temporada conta com seis episódios, que ficam disponíveis na plataforma a cada sexta-feira.
OPTO SIC. Estreia a 22 de Setembro (T4)
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