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Planeta A estreia-se esta segunda-feira, 18 de Abril, na RTP1. Produzida em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Até ao Fim do Mundo, esta série documental demorou dois anos a finalizar. Sofreu repetidos atrasos devido à pandemia, não só pela rodagem parcial em território estrangeiro, numa altura em que o mundo estava fechado, mas também porque os dados abordados estavam em constante actualização, fruto do contexto ímpar.
O título é auto-explicativo: esta é uma série sobre o estado do nosso planeta, a Terra. Tem dois propósitos. Por um lado, informar. Por outro, moldar a consciência dos cidadãos, como disse Nicolau Santos, presidente do Conselho de Administração da RTP, na apresentação de Planeta A, em Lisboa. A ideia é que os episódios interpelem os espectadores, chocando com a realidade das alterações climáticas a nível mundial, ao mesmo tempo que propõem soluções para resolver os desafios da sustentabilidade. “É um elemento de esperança com soluções e alternativas que nos fazem acreditar que ainda é possível reverter o caminho”, disse Isabel Mota, presidente do Conselho de Administração da Gulbenkian.
O documentário é narrado por João Reis, mostrando as suas viagens pelo mundo, por vezes em ambientes pouco seguros. Encontramos o actor e encenador em manifestações, em minas de carvão a céu aberto na Alemanha, a mergulhar com tubarões na ilha do Faial, entre outros cenários, nunca perdendo a ligação com Portugal. “O mal que fazemos ao planeta não pára”, afirmou João Reis na mesma apresentação. Tudo influencia as alterações climáticas, frisou. “Climas, oceanos, cidades e democracias – está tudo ligado”.
São nove episódios, e cada um focar-se-á num tema específico: alterações climáticas e energia, instituições democráticas, produção e consumo, pobreza, cidades sustentáveis, água, educação, inovação, infra-estruturas e comunicação, e oceano. João Reis vai conversando com especialistas, cientistas e investigadores, incluindo com quem está, pouco a pouco, a conseguir concretizar ideias para melhorar a sustentabilidade do planeta.
A série começa na Alemanha, onde as alterações climáticas têm uma abordagem muito ambivalente – ainda que seja o país europeu que mais aposta nas energias renováveis, é também aquele que mais emite CO2 no continente. E termina na Cidade do Cabo, que em 2018 esteve quase a ser a primeira grande cidade a perder o acesso a água canalizada (o chamado Dia Zero).
O propósito de sensibilizar e mudar comportamentos já se cumpriu na própria equipa da série. Jorge Pelicano, por exemplo, decidiu tomar parte activa na sua freguesia. “A transformação começa na nossa realidade”, sublinhou o realizador. Se todos fizermos o que nos compete na comunidade, conseguiremos começar a reverter a situação a nível global. E isso é exactamente que se pretende: que os espectadores ganhem consciência de que não há planeta B, de que os nossos recursos estão a esgotar-se e que é necessário agir e tomar decisões mais conscientes em prol da nossa casa, que é a Terra.
Os episódios serão exibidos às 22.45 todas as segundas-feiras, ficando mais tarde disponível na RTP Play.
RTP1. Seg 22.45 (estreia)
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