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O universo Paula Rego, dos quadros às personagens que os integram, passando pelos espaços de trabalho da artista e pelas suas inquietações, serviu de mote para a colecção de Nuno Baltazar para a próxima estação Outono/Inverno. O criador/comendador, que este ano celebra 20 anos de carreira, foi o primeiro a estrear a passerelle do terceiro dia de Portugal Fashion.
Obras como “A Dança” ou “O Anjo”, influenciaram a paleta de cores, onde imperaram tons nude, carvão, grafite, ocre e fumo, que contrastaram com bronzes, azuis e brilhos metálicos e dourados. Os tules, as transparências, as sedas, o algodão e as lãs, apareceram em vestidos trabalhados, com silhuetas elegantes e cintadas.
As assimetrias parecem ser uma aposta dos criadores portugueses para a próxima estação fria. Katty Xiomara não foi excepção e tirou partido delas numa colecção cheia de transparências, folhos, estampados e peças sobrepostas e com volume. As sedas, as rendas, a pele sintética, o veludo, o burel e os tecidos acolchoados desfilaram com cores que foram do rosa-choque, ao rosa pálido, e do azul celeste ao azul brilhante.
Seguiu-se o desfile da APICCAPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos - com seis marcas de calçado nacionais. A AMBITIOUS, criada em Guimarães, apresentou uma linha masculina desportiva. Para o público feminino, a Rufel, de Santa Maria da Feira e a dar cartas desde 1975, apostou nos sapatos abertos de veludo e com plataformas, e nas malas de mão em pele com pompons coloridos. Os sapatos clássicos com pequenas aplicações de metal foram a sugestão desta marca para os homens.
Para as mulheres, a Fly London pensou em sapatos com alguns prateados e com uma certa rigidez. Mais descontraída e desportiva foi a linha masculina. A J. Reinaldo mostrou uma colecção prática com oxfords e sapatilhas, tal como a The Baron’s Cage. Esta, criada por Bruno Queirós em 2016, recorre a artesãos portugueses com mais de 70 anos de experiência.
Arrojada e excêntrica, os sapatos da The Baron’s Cage traziam padrões e contrastes abruptos de cor, em materiais como verniz e pele. Por último, e a pensar no frio e na chuva, a NOBRAND, fundada em 1988, criou botas robustas com aplicações em metal, sapatilhas com bordados, e sapatos com pormenores em pêlo.
Às 18.00 começaram os desfiles de marcas mais comerciais, como a CONCRETO, com silhuetas em forma de flor e com relevo. A Ana Sousa, de Barcelos, fez desfilar padrões axadrezados e cores terra. Muito british, com tweeds e tartans, foi a colecção da Lion de Porches, que teve Nelson Évora e Patrícia Mamona como modelos.
Ainda antes de Luís Onofre, uns dos criadores mais aguardados da noite e presidente da APICCAPS, foi a vez da DIELMAR mostrar o que andou a fazer. Fatos mais sportwear com lapelas mais largas e calças com pregas foram a grande novidade para a próxima estação.
Onofre levou para a passarelle stilletos de salto fino, aplicações metalizadas, grandes fivelas que fazem lembrar as que os cowboys usavam e tacões trabalhados, cobertos de pedras Swarovski. Camurça e piton nero foram os materiais com mais destaque, em botas e sapatos que foram dos pretos, aos vermelhos, verdes e ferrugem. A grande novidade foi a linha de guarda-chuvas pensada pelo criador.
As assimetrias voltaram para encerrar o Portugal Fashion. Diogo Miranda mostrou, sob as luzes dos holofotes, uma colecção que teve como ponto de partida um cristal de um candelabro da família (e que as modelos levaram num colar ao peito). Mangas exageradas com volume e muitos folhos, fazendas, rendas, tecidos acolchoados e brilhantes e cores como rosas claros, castanhos, cinzas e azuis metálicos são a proposta do criador para o próximo FW18.
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