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O projecto Porto Desaparecido tem reunido um impressionante acervo visual (fotografias, pinturas, cartazes) de pedaços do Porto antigo. Não só os locais e construções, mas também as memórias de expressões culturais, sociais e políticas dos portuenses de várias épocas. Muitas das fotografias são a preto e branco, mas agora podemos vê-las a cores. No álbum de fotografias antigas colorizadas, que é actualizado regularmente, pode ver, por exemplo, imagens da construção da ponte Luís I, em 1883, as lavadeiras nas Fontainhas, o antigo Palácio de Cristal ou a inauguração da livraria Lello, em 1906.
Manuel de Sousa, historiador e fundador do projecto Porto Desaparecido, diz-nos como é feito este processo de colorização: "Optamos por aplicações disponíveis online que, recorrendo a algoritmos, fazem o processo de forma automática. Ou quase. Porque temos que seleccionar bem as fotos a colorir, fazer uma limpeza, retocando riscos, pontos ou manchas e, depois da colorização automática, voltar a fazer pequenos retoques". No entanto, não é possível garantir que a reprodução das cores seja exacta. "É o algoritmo que calcula a que cor corresponderá uma dada tonalidade de cinzento da fotografia original. Mas acreditamos que seja muito aproximada", acrescenta.
Quando publicam uma foto colorizada, colocam um link da imagem original, para comparar. "Com este exercício não pretendemos desvalorizar a fotografia a preto e branco que, sabemos bem, tem uma beleza estética própria e uma capacidade de transmitir uma carga dramática sem paralelo a cores. Não negamos, também, a beleza de uma fotografia em sépia. No entanto, a verdade é que os nossos olhos captam a realidade a cores. E, tal como nós, também os nossos bisavós e trisavós viam o mundo que os rodeava a cores. E nada leva a crer que o mundo deles fosse menos colorido do que o nosso. Apenas não tinham tecnologia disponível para retratar a realidade na sua plenitude cromática."
Agora que as podemos ver a cores, o que é que estas fotografias nos revelam sobre o Porto antigo? "Achamos que colocar cor nas fotos antigas acrescenta-lhes vida e realismo. A cores, as pessoas e as paisagens urbanas parecem-nos mais reais. Porque aqueles homens e aquelas mulheres de há 100 anos não eram figuras marmóreas, quais estátuas congeladas no tempo, mas eram pessoas de carne e osso, como nós", diz Manuel de Sousa.
Pode ver estas e muitas outras fotografias do Porto Desaparecido no Facebook:
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