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O auto de consignação do antigo Matadouro Industrial de Campanhã já está assinado. A cerimónia decorreu esta quarta-feira com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e Carlos Mota Santos, da Mota Engil, que assinaram o documento na presença do primeiro-ministro, António Costa.
O futuro Matadouro vai ser um projecto âncora para o desenvolvimento da zona oriental da cidade, um pólo de actividade económica e empresarial, com valências culturais e de dinamização social. O projecto de execução deverá ficar elaborado em meados do próximo ano e o arranque da obra está previsto para Setembro de 2021, com um prazo de conclusão de dois anos, anuncia o portal municipal. O investimento de 40 milhões de euros será assegurado pela Mota Engil. No final dos 30 anos da concessão, o equipamento regressa à gestão municipal.
O Matadouro foi inaugurado em 1910 e desactivado há mais de 20 anos, mas tem agora uma vida nova prometida pela frente. Em Abril deste ano, a Câmara do Porto ganhou o recurso no Tribunal de Contas e o Matadouro vai avançar para o projecto assinado pelo arquitecto Kengo Kuma, em parceria com o gabinete portuense OODA.
O projecto terá três dimensões programáticas: um pólo de desenvolvimento de actividade económica, a instalação de valências culturais, e espaços de dinamização social relacionados com o tecido social da freguesia. O projecto prevê a introdução de novos elementos arquitectónicos disruptivos, como uma enorme cobertura que ligará o antigo a um novo edifício, com presença visível a partir da cota da VCI, e a construção de uma passagem pedonal por cima da VCI.
No espaço com cerca de 30.000 metros quadrados de área bruta, existem ainda dois grandes conjuntos edificados, parcialmente abandonados – a antiga fábrica Invencível e a antiga área de recolha da STCP –, que estão identificados para reestruturação. Vão permitir um espaço público fronteiro à entrada do Matadouro, que vai possibilitar uma nova articulação com a rua de São Roque da Lameira e com uma nova ligação à Praça da Corujeira.
É uma obra que beneficiará também da proximidade a grandes equipamentos urbanos, como o Estádio do Dragão ou o Terminal Intermodal de Campanhã, assumindo uma "dimensão metropolitana", como referiu Rui Moreira na cerimónia.
De uma área de cerca de 26.000 metros quadrados, a parceria agora estabelecida vai permitir manter cerca de 20.500 metros quadrados, dos quais cerca de 12.500 se destinam a espaço empresarial e quase 8000 a espaços a serem explorados pelo Município.
No espaço a ser gerido pela autarquia, haverá uma área destinada a Depósito de Obras de Arte (ou uma extensão da Galeria Municipal), um espaço para usos culturais e sociais, e quase 1800 metros quadrados para uma extensão do Museu da Cidade. A restante área disponível será dedicada a espaços para investigação, práticas educativas e ateliês para artistas residentes no Porto.
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