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Foi em 1992 que Peter Handke, aclamado escritor austríaco, publicou e estreou a A hora em que não sabíamos nada uns dos outros, uma longa didascália sem diálogos nem vozes. Na ausência de palavras, a peça é dominada pela força dos gestos e movimentos de um sem-número de personagens que, num dia como qualquer outro, cruzam uma praça sem nome. Para questionar o que mudou no mundo desde a estreia da obra, fruto de um dia de observação a partir de uma esplanada de Muggia, comuna italiana de Trieste, Olga Roriz transformou-a numa coreografia, que pode ver no Teatro Nacional São João de 26 a 28 de Janeiro.
Para dar forma ao espectáculo, a coreógrafa de Viana do Castelo, que em 2004 foi nomeada Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, conta com a ajuda de um elenco formado por sete bailarinos e várias pessoas da comunidade local – renovadas a cada novo sítio de apresentação. Juntos transformam o palco num espaço público, no qual retratam as rotinas citadinas a partir do texto teatral de Handke que, em 2019, conquistou o Prémio Nobel de Literatura.
A hora em que não sabíamos nada uns dos outros é uma criação da Companhia Olga Roriz, em co-produção com o Teatro Nacional São João, o São Luiz Teatro Municipal, o Município de Loulé e a Casa das Artes de Famalicão. Chega ao Porto depois de ter passado pelos espaços parceiros.
Praça da Batalha. Sex 21.00, Sáb 19.00, Dom 16.00. 7,50€-16€
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