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Se é fã de cinema, os últimos dias de Novembro têm muito para oferecer. O Porto/Post/Doc está de volta a várias salas da cidade, sobretudo ao Batalha Centro de Cinema, entre 22 e 30 de Novembro. A 11.ª edição do festival de cinema propõe um programa temático intitulado "A Europa não existe, eu estive lá", que marca o início da trilogia "O Movimento dos Povos" e pretende fazer uma releitura contemporânea do território europeu a nível geográfico, histórico, cultural e identitário.
“Estamos a assistir a uma regressão das liberdades, das ideias e da democracia, no meio de ciclos intermináveis de guerras e invasões. Como podemos processar esta informação parcial e imaginar uma Europa futura onde as equações políticas parecem conduzir à violência contra os desfavorecidos?”, questiona a organização. O festival arranca esta sexta-feira, dia 22 de Novembro, no Cinema Batalha, com a exibição de Apocalipse nos Trópicos, filme de Petra Costa que investiga a crescente influência que os líderes evangélicos exercem sobre a política brasileira.
Sobre a Europa, destaque para A Canção dos Outros – Uma busca pela Europa, do suíço Vadim Jendreyko, que será exibido no a 28 de Novembro no Batalha. Há também filmes dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani (Padre Padrone, Batalha, 24 de Novembro); de Aki Kaurismäki (Segura o teu Lenço, Tatjana, Passos Manuel, 27); de Larisa Shepitko (Ascensão, Passos Manuel, 26); de Theodoros Angelopoulos (Paisagem na Neblina, Batalha, 25); de Carl Theodor Dreyer (A paixão de Joana D'Arc, Passos Manuel, 29); e de Tony Gatlif (Latcho Drom, Batalha, 23). Há ainda algumas conversas agendadas, nomeadamente com Ana Gomes e Dima Mohammed sob o tema "A Europa procura-se", mas também "Ideias para um futuro presente", com Luísa Semedo, Orfeu Bertolami e Wandson Lisboa.
A obra de Salomé Jashi é outro dos destaques da programação. A artista georgiana retrata a situação política do seu país através de cinco curtas e três longas-metragens, incluindo o seu mais recente filme, A Crypto Rush Aftermath, de 2023. Já em termos nacionais, decorre também a antestreia de um documentário sobre o antigo Centro Comercial STOP, transformado em sala de ensaio de vários artistas e que tem vivido tempos conturbados devido ao risco de encerramento. Stop. Salas de ensaio para um materialismo histórico é da autoria de Jorge Quintela e será exibido a 27 de Novembro, às 21.00, no Batalha Centro de Cinema.
Na habitual competição internacional serão exibidos dez filmes de realizadores de vários países, que "associa olhares políticos e análises sociais contundentes à experimentação e ao rigor formal". Da lista, destacam-se Afternoons of Solitude, o mais recente filme de Albert Serra; Bogancloch, de Ben Rivers; E.1027 – Eileen Gray and the House by the Sea, de Beatrice Minger e Christoph Schaub; The Flats, de Alessandra Celesia; e Preemptive Listening, de Aura Satz.
Já a competição Cinema Falado apresenta 12 filmes em língua portuguesa, com destaque para obras de Pierre-François Sauter (Far West), Maria Trigo Teixeira (Amanhã Não Dão Chuva), Margarida Assis (Deus-E-Meio), Filipa César e Marinho de Pina (Espiral em Ressonância) e Tânia Dinis (Tão pequeninas, tinham o ar de serem já crescidas).
Além das sessões especiais, a programação deste ano inclui ainda dois programas de curtas de documentaristas japoneses contemporâneos, em parceria com o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, curado por Julian Ross. A programação completa pode ser consultada no site do Porto/Post/Doc e os bilhetes podem ser comprados online, com um custo de 5€ por sessão.
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