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Orquestra Bamba Social: “Tirando Sapucaí, o epicentro do Carnaval vai ser no Porto”

Colectivo luso-brasileiro actua este sábado na Super Bock Arena, com uma Roda de Samba. A Maracujália também se junta à festa.

Ana Catarina Peixoto
Jornalista, Porto
Orquestra Bamba Social
Joana DurãesOrquestra Bamba Social
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A paixão pelo samba uniu-os há mais de uma década e desde aí têm levado a alegria, a dança e a música a vários lugares. Este sábado, 10 de Fevereiro, a Orquestra Bamba Social regressa à Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota com a sua formação em Roda de Samba, para um Baile de Carnaval que promete durar noite dentro.

O elenco de 14 músicos vai levar a festa para o centro da arena, numa actuação em 360º no meio do público. “A distância entre o palco e o público diminui. Tudo vira uma unidade. O samba no meio, as pessoas à volta, a troca de olhares, o calor, os sorrisos, os esbracejares. Uma coisa alimenta a outra”, descreve à Time Out Pedro Pinheiro, um dos fundadores da Orquestra Bamba Social. 

O colectivo luso-brasileiro sediado no Porto vai revisitar alguns dos clássicos do samba e dar-lhes uma nova roupagem, explorando e fundindo com outras sonoridades e arranjos próprios. 

Um projecto com mais de dez anos

A Orquestra Bamba Social nasceu em 2012, quando um grupo de amigos decidiu juntar-se na paixão pelo samba. Pedro Pinheiro, que integrou grupos como os Sloppy Joe e os Souls of Fire, explica que a ideia começou depois de um concerto nos Açores e com a inspiração de um cavaquinho oferecido directamente do Brasil: “Nessa viagem aos Açores, eu e o Tomás, que é também um dos fundadores, tivemos mais tempo para falar de outras ideias e dissemos: ‘Quando chegarmos ao continente vamos fazer uma banda de samba com chorinho’. Depois percebemos, quer pelas nossas valências musicais quer pelo feedback do público, que o chorinho requer outro tipo de linguagem e que o samba era o caminho que queríamos seguir”. 

O crescimento do grupo fez perceber que a ideia podia ser mais do que um pequeno projecto de amigos: “De repente, às quintas-feiras havia uma fila enorme na rua do Almada para assistir aos nossos concertos. Em vez de cinco elementos já tínhamos mais um sexto, sétimo, um oitavo elemento… até que chegou uma altura em que decidimos, pela evolução natural dos projectos e de qualquer trabalho, dar mais um passo e fizemos a formação da orquestra”, recorda Pedro Pinheiro. 

Orquestra Bamba Social
Miguel OliveiraOrquestra Bamba Social

Actualmente, a Orquestra Bamba Social conta com 18 elementos. Interpretam clássicos da música brasileira desde os anos 1930 até hoje e na bagagem levam já dois discos com temas autorais – Na Fé e Mundo Novo –, que contaram com participações de nomes como Marcelo D2, Teresa Cristina, Tiago Nacarato e Moacyr Luz.

O concerto na Super Bock Arena será mais um marco e quer envolver o público ao máximo. Até porque, explica Denize Machado, vocalista do colectivo, os concertos ao vivo são marcados e vivem da interação com o público. “Essa interação é o que nos alimenta e que às vezes nos faz dar concertos de três horas na roda de samba e sairmos no final com mais energia do que quando entramos”, acrescenta. 

As rodas de samba que são “a missa de domingo”

Juntar ideias e trabalhos num grupo com vários elementos é um desafio acrescido, mas, garante Pedro Pinheiro, a comunicação “é o mais interessante de tudo”, quer com o público, quer entre o próprio colectivo. “Muitos de nós vieram de outros projetos, de propostas completamente diferentes do samba. Cada um, com as suas influências musicais e pessoais, traz sempre um pouco de si, o que faz com que o resultado final da orquestra seja ainda mais complexo e mais interessante”, sublinha também Denize. 

E o que tem o samba de especial? “É impossível ouvir um samba e não sair com um sorriso na cara, mesmo que as letras sejam mais densas e tristes. Até nisso somos privilegiados, porque os nossos concertos são sempre em ambiente de festa. Quantas vezes nos dizem que as nossas rodas de samba são a missa de domingo, porque é isso que vai fazer com que a semana toda já corra de outra forma, que saiam dali leves. Às vezes damos só o mote do início do tema e o público depois faz o resto”, responde a vocalista.

Para este ano o grupo já está a preparar um novo álbum de homenagem a um compositor brasileiro e há concertos agendados para o Verão. 

Já o concerto deste sábado na Super Bock Arena vai contar com várias novidades. A este colectivo juntam-se também a Maracujália, um evento itinerante que mistura os ritmos e a sabedoria popular do Brasil com as batidas electrónicas da música do mundo. O espectáculo começa às 20.00 com o reggae de Baltazar. O samba da Orquestra Bamba Social está marcado para as 22.00, sendo que depois seguem-se Sirene e o funk de Sint Caboclo. “Tirando Sapucaí, onde vão desfilar as escolas no Rio de Janeiro, o segundo epicentro do Carnaval vai ser aqui”, garante Pedro Pinheiro.

Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota. 10 Fev, Sáb 22.00. 10€-45€

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