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A história do Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso começou a ser escrita em 1994, quando se realizou pela primeira vez. Por mais de duas décadas, o evento foi responsável por trazer, anualmente, alguns dos melhores guitarristas do mundo à cidade, além de dar palco e ajudar a formar novos artistas portugueses. Esta tradição, que estava em pausa desde 2018, regressa ao município do distrito do Porto a 18 de Outubro, quarta-feira, e por lá fica até ao próximo domingo, 22.
Na 26.ª edição, o festival apresenta um programa marcado pela inclusão de novas linguagens, como o cinema, sempre em diálogo com o instrumento. A cidade torna-se assim, durante cinco dias, um sítio de “convergência de artes”, em redor do qual se desenvolve “um evento pensado para ser verdadeiramente cultural”, explica Oscar Flecha, o director artístico, em comunicado.
A festa arranca, às 17.30 de quarta-feira, com a estreia mundial de uma obra dedicada a Santo Tirso. Esta é da autoria de Johannes Moller, compositor e guitarrista sueco distinguido, em 2010, com o Concert Artist Competition Guitar Foundation of America — o mais prestigiado prémio internacional de guitarra.
Para as 17.45 está agendada a exibição inédita de A Cidade da Guitarra, um documentário produzido por Joaquim Pavão, conhecido músico e realizador, que inclui entrevistas a guitarristas, comerciantes locais e agentes culturais, intercaladas por interpretações de vários nomes ligados à história do festival. De acordo com Isabel Pinto, a produtora, trata-se de uma “viagem” ilustrativa do papel do projecto na cena cultural portuguesa, com paragens para reflectir sobre as transformações do mesmo ao longo do tempo.
Às 21.30, o francês Tom Ibarra abre o ciclo de cinco concertos. Aos 24 anos, o compositor e guitarrista já foi distinguido com vários prémios na área do jazz.
Seguem-se performances do Dublin Guitar Quartet, descrito como o primeiro quarteto de guitarra clássica inteiramente dedicado à música original (dia 19 às 21.30); La Chimera, um ensemble de artistas de diferentes nacionalidades, continentes e influências culturais (dia 20 às 21.30); e Indigo Quintet (dia 21 às 21.30). Os portugueses apresentam, junto com o actor galego Quico Cadaval, um espectáculo exclusivo, propositadamente criado para a iniciativa.
A última actuação do festival junta o dueto de guitarras Duo Arsis — que tem gravado repertório inédito no meio, no qual se incluem obras de Shostakovich, Chopin, Debussy e Schumann — ao improviso de Guida Fonseca, artista têxtil (dia 22 às 18.30).
Oficinas como Tecer os Sons, em que os participantes são chamados a explorar o que têm em comum guitarras e teares; uma mostra do Festival de Cinema Ma Beach, com filmes que abordam assuntos em torno do instrumento e das relações entre música e imagem; e um ciclo de conversas com músicos, encenadores e jornalistas completam a programação, que pode consultar, na íntegra, online.
Fábrica de Santo Thyrso, Avenida da Fábrica de Santo Tirso, 88. Inscrições (oficinas): figst@cm-stirso.pt, 91 438 2823. 10€-40€
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