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Empoderar a mulher, ponto. Eis o mote da Peryod. Mónica De La Serna, Rita Sarabando, Mafalda Vilela e Graça Rodrigues dão o corpo ao manifesto por esta nova marca portuguesa que quer dar palco, através da roupa, ao feminismo e a valores como a união, a sororidade e a igualdade.
A roupa fala por elas – e quer falar por todas as mulheres e pessoas que defendem o respeito e a igualdade de género, que lutam todos os dias por um mundo em que a mulher não seja o elo mais fraco só porque é mulher. Até porque, no manifesto da Peryod, defendem que não é uma questão do “eu”, mas sim “de nós”, de “direitos iguais” e onde “cada acto feminista não seja só para mulheres, mas para todos os que defendem o respeito”.
Foi o trabalho que as uniu – mais concretamente na área da moda –, mas é a amizade que as mantém inseparáveis. Mónica, Rita, Mafalda e Graça sempre quiseram ter um negócio delas, que fosse o espelho daquilo que defendem: a luta pelos direitos da mulher e pela igualdade de género. O resto foi fácil: uma marca de roupa pensada por elas e feita em Portugal, claro. “Tínhamos muitas ideias, mas quisemos começar por uma colecção que nos posicionasse. Estamos em casa e por isso queremos coisas confortáveis e descontraídas, optámos então por peças em algodão orgânico e em mensagens impressas para passarmos a nossa luta”, conta Rita.
“Crescemos e vivemos numa sociedade machista, onde determinadas ideias são passadas tanto aos homens como às mulheres, acabam por se formar alguns preconceitos”, refere Mafalda. “Houve uma evolução, claro, mas há um longo caminho a percorrer. É preciso falar sobre as coisas, é preciso olhar para dentro e dar voz a quem não a tem”. E a roupa é uma forma de o fazer. Cada modelo tem nome de uma mulher que fez história. “Havia muitas mulheres que queríamos homenagear, e ainda o vamos fazer com as próximas peças. A premissa é que sejam mulheres de referência, que nos inspirem pelo que conseguiram alcançar na sua vida”, conta Mafalda.
Para já, há quatro nomes a ir a jogo – além das quatro fundadoras, claro – e que contam “Herstory”, um dos separadores disponíveis no site. São elas Amelia Earhart, pioneira na aviação, Elizabeth Robinson, a primeira mulher a ganhar uma medalha de ouro nos 100 metros femininos nos Jogos Olímpicos, Olympe de Gouges, dramaturga e activista francesa, e Sojourner Truth, mulher negra abolicionista, escritora e activista dos direitos das mulheres. Além de ser possível ler a história de cada uma delas e também ouvir uma narração desse mesmo percurso – o de Betty Robinson é, aliás, narrado pela sua neta –, cada encomenda é acompanhada por um cartão explicativo relativo à mulher que dá nome ao modelo comprado. “Não queríamos ser só mais uma marca. Queremos vender emoções e fazer com que as pessoas percebam que ao usar uma peça nossa estão a também a homenagear a mulher que dá nome à camisola e que fez algo para nós estarmos onde estamos hoje”, explica Mónica. “As pessoas têm de se sentir tocadas pelas nossas peças.”
Nesta primeira colecção, Statement, as quatro amigas optaram por um body, duas t-shirts e uma sweatshirt. Cada peça traz uma mensagem diferente. Na t-shirt Amelia (29,99€) lê-se “Equality. Sorority. Empowerment. Freedom of Choice. Self Love”. Na t-shirt com ombreiras Betty (29,99€), além do logo da marca na frente, está a frase “Herstory makes history”. O body Olympe (24,99€) grita “Woman of influence”, e a sweatshirt Truth (49,99€) dita “Let me feminist you”.
Os tamanhos vão do XS ao XXL, uma preocupação que esta grupeta teve desde o primeiro momento. “Acho importante, cada vez mais, as marcas distanciarem-se do protótipo de modelo, e nós fizemos isso”, conta Mónica. “Tudo foi pensado para não haver pontas soltas. Escolhemos mulheres reais, vários tons de pele, vários tipos de corpos, idades, cabelos, tudo, porque é assim que as mulheres são – diferentes”.
A sustentabilidade não ficou esquecida – nem podia. As peças são fabricadas em algodão orgânico, e todos os processos de tingimento são “o mais sustentáveis possível”, garante Mafalda. O próprio packaging é também reciclável, assim como todos os papéis usados são certificados ambientalmente.
Esta será a colecção base da marca, pelo que que vai sempre existir no site “com uma ou outra novidade de vez em quando”, explica Rita. Para breve já estão pensados mais lançamentos, e até uma possível linha masculina: “a luta é de todos”, remata Rita.
A Peryod ainda vai além da mensagem com uma vertente social. Como forma de mostrar o seu propósito social, cada peça vendida vai fazer reverter 1€ a uma instituição ou organização que apoie as mulheres. No momento da compra é possível o cliente escolher a associação para qual quer doar, estando disponíveis para já a Vida Norte, que apoia grávidas e bebés em situação de fragilidade, e a Diaconía - Red de Acción Social, uma instituição espanhola (apesar de fazer shipping para todo o mundo, a marca teve um lançamento especial no mercado espanhol).
“A nossa vontade é criar uma comunidade, porque a Peryod não é só uma marca de roupa, somos uma causa que tem roupa gira”, afirma Mónica. Em breve a secção Journal do site vai contar histórias de mulheres inspiradoras e, além disso, está disponível em formato podcast no Spotify a história das quatro mulheres que dão nome aos modelos da primeira colecção e de muitas outras que provam que “HERstory makes history”.
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