Na madrugada de 24 de Agosto de 1820, na sequência do caos provocado pelas Invasões Francesas e da fuga da corte portuguesa para o Brasil, eclodiu no Porto um movimento militar de carácter liberalista ao qual se juntou, depois, a população, e que viria a culminar no regresso da corte portuguesa em 1821 e na primeira constituição portuguesa, datada de 1822.
No âmbito dos 200 anos da revolta liberal, a Câmara Municipal do Porto (CMP) preparou um vasto programa de actividades que vai decorrer ao longo do ano e que arranca com a exposição 1820. Revolução Liberal do Porto, cuja inauguração está marcada para 20 de Fevereiro, na Casa do Infante. A curadoria é do historiador José Manuel Lopes Cordeiro, também autor do catálogo da exposição e de um livro que será publicado em Abril.
A par da exposição referida, que tem entrada livre e fica patente até 6 de Setembro (com várias visitas guiadas pelo meio), haverá uma segunda exposição no Museu Militar do Porto, que abre a 25 de Março e vai mostrar o contributo do 24 de Agosto no triunfo do liberalismo em Portugal.
Destacam-se, no programa, o congresso internacional A Construção da(s) Liberdade(s), marcado para os dias 16,17 e 18 de Maio na Biblioteca Municipal Almeida Garrett e comissariado pelo historiador Gaspar Martins Pereira; e a conferência Dois Séculos de Constitucionalismo em Portugal, organizada pelos professores Vital Moreira e José Domingues e marcada para Setembro na Universidade Lusíada.
As comemorações do bicentenário têm como comissário-geral o escritor e ensaísta Pedro Baptista e incluem, ainda, o ciclo de cinema Memória, Cidadania e Liberdade, na Reitoria da Universidade do Porto, ou o Concerto de Pronunciamento, a 6 de Setembro, na Avenida dos Aliados, entre tantas outras actividades que vão evocar a histórica data.