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Porto prepara plano para retirar os carros do centro histórico

Está em curso um plano específico de pedonalização do Centro Histórico do Porto, que poderá incluir a interditação ao trânsito no tabuleiro inferior da Ponte Luís I.

Jornalista de Música, Time Out Porto
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© Megdal / UnsplashPorto - Ponte Luís I
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A Câmara Municipal do Porto está a preparar um plano para tornar pedonal o centro histórico da cidade. Na última reunião do Executivo, o vereador do Urbanismo e Espaço Público, Pedro Baganha, confirmou que está em curso a elaboração de um “plano específico de pedonalização do Centro Histórico muito alinhado com uma estratégia de modos suaves”. A informação foi dada durante a discussão do novo Plano de Gestão e Sustentabilidade para o Centro Histórico do Porto, que foi aprovado nesta segunda-feira.

“Há aspectos paradoxais: apesar das obras da Metro, desde que o tabuleiro da Ponte Luís I fechou, a fluidez do tráfego aumentou. As soluções às vezes não são as tradicionais. Não é por causa da pandemia, a utilização do veículo individual aumentou, mas a verdade é que se verifica hoje que o trânsito no Centro Histórico mudou. Obriga-nos a pensar e a ser mais audazes”, acrescentou Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, citado no portal municipal.

Os pormenores do plano de pedonalização não foram divulgados, mas, segundo o JN, já é conhecida a intenção de interditar ao trânsito o tabuleiro inferior da ponte Luís I, quando estiver pronta a ponte D. António Francisco dos Santos, que vai ligar Campanhã e Oliveira do Douro. Nessa altura, o tabuleiro inferior da Luís I (actualmente fechado para obras de reabilitação) será destinado apenas a peões e a modos suaves de transporte, admitindo-se a introdução do eléctrico. 

Durante a discussão do novo plano para o Centro Histórico do Porto, o vereador do Urbanismo e Espaço Público acrescentou que o documento dá atenção às questões da mobilidade, dando como exemplo o Ramal da Alfândega, “identificado como prioridade”, ou a “interligação deste território com a parte oriental da cidade”. “Uma das oportunidades que aqui temos é a interligação deste território com Campanhã”, reforçou Pedro Baganha, citado no portal municipal.

Com um horizonte de programação temporal de dez anos, o Plano de Gestão e Sustentabilidade para o Centro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do Pilar define uma visão para o território assente em quatro eixos estratégicos de intervenção: património; população, habitação e comunidades; economia; ambiente e mobilidade.

Dentro destes eixos estratégicos, foram estabelecidos oito objectivos: a salvaguarda e valorização do Património Edificado e Imaterial; o aumento da atractividade residencial e os níveis de conforto habitacional; o reforço da coesão e dos valores comunitários; a promoção da diversidade, da inclusão e da sustentabilidade na actividade económica; a promoção da criatividade e da inovação; a melhoria da acessibilidade e da mobilidade sustentável; e o reforço da sustentabilidade ambiental e aumento da resiliência.

“Quando olhamos para o Centro Histórico do Porto, no início do século aquilo a que assistíamos era um êxodo da população. Só não foi mais acentuado nessa altura porque as pessoas não tinham para onde ir”, recordou o presidente da Câmara do Porto. “Hoje há uma coisa que foi conseguida pela cidade – há um conjunto de pessoas que querem voltar para o Centro Histórico. É um bom sinal. Hoje o Centro Histórico é apetecível, a situação alterou-se.”

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