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Projecto ‘Eu cá, tu lá’ debate necessidade de pagar actividades culturais online

Escrito por
Maria Monteiro
Sérgio Godinho
©Arlindo CamachoSérgio Godinho dá um concerto nos claustros da Igreja da Graça
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Nos últimos dois meses, a vida saltou das ruas para o ecrã e, com ela, a cultura. Dependente, por natureza, de agrupamentos de pessoas para ter um público, ficou completamente paralisada durante o confinamento. Ao longo deste período, foram vários os concertos, peças de teatro ou exposições disponibilizadas online, dinâmica que acelerou a discussão sobre a sustentabilidade da arte e da cultura em tempo de pandemia. O Eu cá, tu lá, ciclo de conversas informais organizado pela produtora A Tempo, surgiu a 28 de Maio, precisamente, para “debater a produção cultural e a necessidade de pagamento no digital”.

As sessões decorrem semanalmente, às segundas e quintas, às 21.45, e colocam à conversa músicos e convidados de outras áreas criativas, como “as artes plásticas, a arquitectura, a fotografia, as artes performativas, o universo musical ou a comunicação”, informa o comunicado de imprensa. A ideia é não só abordar a produção cultural e o percurso de cada um, como “apelar à necessidade de pagamento das iniciativas online”, que se massificaram com o encerramento forçado de teatros, salas de concertos, museus e outras instituições culturais, realizando-se, em grande parte, de forma gratuita. 

A “estagnação das artes performativas” e “a mudança de paradigma [nos eventos culturais] a que se tem vindo a assistir” estão ao centro dos debates que, durante as próximas semanas, serão transmitidos em directo no Facebook. Estão agendadas, para já, conversas entre o compositor Luís Tinoco e o coreógrafo Rui Horta (4 de Junho), o saxofonista Ricardo Toscano e a apresentadora Catarina Furtado (8 de Junho), o músico Sérgio Godinho e o curador Sérgio Mah (15 de Junho) e o saxofonista Pedro Moreira e a actriz Beatriz Batarda (data a definir).

Tendo em conta que se pretende sensibilizar o público para a necessidade de pagar as actividades culturais e artísticas realizadas online, a iniciativa convida os espectadores – que terão acesso livre às conversas –, a contribuir com um valor simbólico, a começar nos 2€. O dinheiro angariado será entregue aos oradores, a quem caberá a decisão de distribui-lo por técnicos de som, luz ou produção com quem colaboram regularmente. O público pode fazer a sua doação através do site da produtora ou directamente para o IBAN IBAN PT50 0010 0000 8398 5200 0016 7.

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