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Depois de recuperar da edição atípica organizada no ano passado, o Queer Porto regressa à cidade com energia reforçada e pronto para voltar às origens, levando cinema a cinco salas: Teatro Rivoli, Reitoria da Universidade do Porto, Faculdade de Belas Artes, Maus Hábitos e mala voadora. Entre 12 e 16 de Outubro, estão programadas várias actividades, incluindo masterclasses e performances, mas a grande novidade deste ano é a introdução de uma nova secção competitiva, o Prémio Casa Comum.
Entre os destaques na programação deste ano, está a abertura do festival, que é feita com a mais recente longa-metragem de Bo McGuire, Socks on Fire, "uma carta de amor cinematográfica de um neto para uma avó, que tem como pano de fundo a luta, entre uma tia homofóbica e um tio drag queen, por uma propriedade", descreve a organização, em comunicado.
Também de mencionar a presença da realizadora alemã Monika Treut, que apresenta Genderation, o seu trabalho mais recente, "um documentário que, passados mais de 30 anos, olha para os protagonistas do seu clássico Gendernauts, de 1986, também incluído na programação da presente edição". Esta figura incontornável do novo cinema queer europeu vai também liderar uma masterclass.
Inserido na agenda está o Queer Focus, um programa de filmes e debates, organizado em parceria com a ILGA Portugal. Está agendada a exibição de Radical Feminism in the Seventies, seguida de uma conversa com Ana Luísa Amaral, poeta, professora jubilada, pioneira de estudos feministas e estudos queer na FLUP; e Cured, juntando-se ao debate Jorge Gato, psicólogo clínico e docente da FPCEUP, e Mia de Seixas, representante da Rede Ex-Aequo Porto.
Já na competição oficial, a organização destaca Tiempos de Deseo, um documentário da portuense Raquel Marques, que, "num exigente e subtil treino de intimidade, acompanha a gravidez da ex-companheira"; La mif, de Fred Baillif, "uma incursão a uma casa de acolhimento de raparigas menores que expõe as feridas de um sistema de tutela no limite"; e Deus tem AIDS, de Gustavo Vinagre e Fábio Leal, "composto por um mosaico de gestos, provocações e testemunhos de artistas seropositivos brasileiros".
A competição "In My Shorts" do Queer Porto recebeu este ano mais submissões de filmes portugueses de escola do que em qualquer uma das edições anteriores. Da Escola Superior de Teatro e Cinema chega Buganvílias, de Diana Filipa, e para representar a Universidade da Beira Interior foram escolhidos Rúben Sevivas com Sobrevoo e Sibelle Lobo com Mais que Sangue.
O júri escolhido para ambas as competições é composto pela cineasta e programadora Amarante Abramovici, pelo encenador e programador da RTP Daniel Gorjão e pelx artista larose s. larose.
A competição que se estreia este ano, o Prémio Casa Comum, vem, segundo a organização, "abrir espaço a um olhar mais atento à forma como o nosso cinema tem abordado a questão queer em anos recentes, sem esquecer uma necessária releitura da história".
Vai estar em exibição Películas, um trabalho de Tiago Resende em que se lê "uma carta a Luís Miguel Nava, o poeta de Viseu, terra de onde é natural o realizador". Já André Murraças recupera um conto de António José da Silva Pinto, em O Berloque Vermelho, e Paulo Patrício relembra Gisberta, "justamente evocada em cinema, teatro e literatura, a que este O Teu Nome É acrescenta algo de muito novo". O programa fica completo com mais seis curtas-metragens.
O encerramento do festival faz-se com Au coeur du bois, de Claus Drexel, "passado no Bois de Boulogne, e que foca nas trabalhadoras de sexo que compõem a mitologia desse espaço".
Antes de chegar ao Porto, o Queer passa por Lisboa, para a 25.ª edição, entre 17 e 25 de Setembro. O programa completo para a Invicta pode ser consultado no site oficial do festival.