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Querido Pai Natal: este ano quero uma pipa do primeiro rum do Porto

Depois de abrir a primeira escola de gin do país, em Campanhã, Travis Cunningham lança o primeiro rum artesanal do Porto. Mesmo a tempo do Natal.

Mariana Morais Pinheiro
Directora Adjunta, Porto
Scoundrels Distilling Co.
©Marco DuarteScoundrels Distilling Co.
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Finalmente, o rum. Quando Travis Cunningham se mudou da Nigéria para a Invicta, trazia, juntamente com a bagagem, a ideia de fazer rum envelhecido em pipas de vinho do Porto. Não perdeu tempo em dar forma a esse desejo e enquanto esperava que ele amadurecesse nos cascos, ganhasse cor, corpo e sabor, criou uma série de gins – que já receberam vários prémios – e fundou a primeira escola de gin do país. “O gin pode ser feito rapidamente. Não precisas de esperar que envelheça antes de o vender. É um new spirit, you know”, disse-nos na altura, há cerca de um ano, mais coisa, menos coisa.

De lá para cá, não faltaram novidades na Scoundrels Distilling Co. e o rum é a estrela deste Natal, ali para os lados de Campanhã. Feito com melaço preto, comprado à refinaria RAR, a menos de cinco quilómetros de distância, o empresário australiano orgulha-se de fazer um rum sustentável. Ao melaço junta água “fresca das montanhas do norte” de Portugal e vai buscar as pipas a uma tanoaria em Esmoriz, a cerca de meia hora de carro, que ainda as faz em carvalho e de forma tradicional, para servir a indústria do vinho do Porto.

Destilaria, Escola de Gin, Scoundrels Distilling Co., Invicta Gin
©Marco DuarteScoundrels Distilling Co.

“Produzimos o nosso rum através de um método de fermentação aberta com a ajuda da temperatura ambiente e de uma mistura própria de fermento. É todo feito de forma artesanal”, explica Travis, acrescentando que este é um momento histórico porque se está a “fazer rum pela primeira vez na cidade do Porto”. “Não só somos a única destilaria na cidade, como na Alfândega disseram-nos que provavelmente não há uma destilaria no Porto em funcionamento há mais de 50 anos”.

A importância das pipas pequenas 

Travis farta-se de bulir, é certo, mas a maior parte do trabalho é a madeira que o faz. É ela que confere à mistura um je ne sais quoi que irá fazer toda a diferença, uma vez que à medida que envelhece, o rum adquire as características do barril. Assim sendo, se amadurecer em cascos que guardaram Tawnies em outras vidas, o rum terá uma cor mais acastanhada e dourada e um sabor forte a nozes, caramelo, butterscotch e damasco. Enquanto os que envelhecem em pipas de Ruby ganham tons mais avermelhados, assim como sabores mais frutados, a saber a bagas, chocolate amargo, cereja, café e tabaco.

Destilaria, Escola de Gin, Scoundrels Distilling Co., Invicta Gin
©Marco DuarteScoundrels Distilling Co.

O tamanho também importa aqui. Quanto mais pequenos os barris, maior a área de contacto do rum em fermentação com madeira. Por isso, ao invés das típicas pipas que levam 225 litros, a tanoaria em Esmoriz recompõe para Travis os antigos (e grandes) barris, em pipas mais pequenas de 30 litros. “Assim, só precisamos de esperar 12, 18 ou 24 meses pelo rum, em vez de vários anos”, explica. 

Se quiser um pequeno barril de rum este ano no sapatinho, em casco Tawny ou Ruby, fique a saber que cada um custa 2500 euros. Poderá visitá-lo na Scoundrels Distilling Co. sempre que quiser e Travis cuidará dele e fará a sua manutenção durante um período de dois anos. Em breve chegarão garrafas de 50cl para quem gosta de beber com mais moderação. Tchim-tchim e saudinha da boa. 

Scoundrels Distilling Co.
©DRScoundrels Distilling Co.

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